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Presidente da Ceitec prevê fim do prejuízo da estatal em período de 7 anos

Augusto Gadelha, presidente da estatal, considera os quase R$ 800 milhões investidos na fábrica de chips como um valor mínimo e assegura que, apesar de não gerar lucro, a Ceitec é essencial para o país.

O engenheiro elétrico Augusto Gadelha, à frente da presidência da Ceitec (Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada), revelou em entrevista que a expectativa é de que a fábrica passe a ser lucrativa nos próximos 5 a 7 anos, de acordo com o novo plano de negócios da estatal. Gadelha, que possui formação pela UFRJ e pós-doutorado concluído na renomada Universidade Stanford, também já ocupou o cargo de secretário de Política de Informática no Ministério de Ciência e Tecnologia.

Com a decisão do governo do presidente Lula da Silva de reativar a Ceitec, a estatal terá a oportunidade de reverter a imagem negativa adquirida após uma série de prejuízos e erros comerciais desde sua criação em 2008. Apelidada de forma irônica como a fábrica do 'chip do boi', a Ceitec recebeu ao longo de 15 anos cerca de R$ 790 milhões em investimentos e obteve apenas 8% deste valor em retorno com a venda de seus semicondutores, totalizando R$ 64,2 milhões.

Para o presidente da Ceitec, a quantidade de recursos investidos na estatal até o momento é extremamente baixa, especialmente considerando os altos custos do setor de semicondutores globalmente. Gadelha cita o exemplo da Índia, que investiu cerca de US$ 3 bilhões no setor. Ele afirma que a Ceitec atua estrategicamente para abrir espaço para a indústria de semicondutores no Brasil, apesar da empresa ter cumprido apenas parcialmente sua função até então de acordo com ele.

O principal desafio da Ceitec, segundo Gadelha, relaciona-se ao fato da empresa possuir o espírito de inovação típico de uma startup, mas estar restrita às regulamentações de uma estatal. O novo plano de negócios visará a produção de semicondutores voltados para a transição energética, especificamente para dispositivos altamente eficientes, como os usados em carros elétricos, painéis solares e energia eólica. A estatal pretende se destacar nesta área em ascensão sem competir diretamente com as maiores fábricas de semicondutores do mundo.

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