O ano letivo de 2023 em São Paulo, durante o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), ficou marcado por polêmicas na área da educação. Entre elas, atenção especial para os desentendimentos envolvendo o secretário Renato Feder, os ataques às escolas estaduais e os questionamentos sobre o uso de materiais didáticos. De acordo com uma reportagem do Metrópoles, a secretaria de Educação esteve sob forte vigilância desde o início do ano, por conta de contratos controversos com empresas das quais Feder é sócio.
Renato Feder, o primeiro nome escolhido por Tarcísio para sua equipe, enfrentou desafios desde o início. Feder é ex-CEO da empresa Multilaser, uma fornecedora de equipamentos eletrônicos que tinha contratos com a própria secretaria que ele assumiu, totalizando quase R$ 200 milhões. Após o surgimento da polêmica, Feder prometeu se afastar do conselho da empresa. O caso acabou sendo investigado pelo Ministério Público (MPSP) e arquivado em setembro.
A maior controvérsia do ano envolveu a tentativa de eliminação dos materiais didáticos físicos em prol de um modelo de educação 100% digital. Em julho, Feder e Tarcísio optaram por implementar um programa digital para alunos a partir do 6º ano do Ensino Fundamental. Isso causou desconforto entre pais, professores e especialistas na área de educação. A decisão levou o governo a anunciar a saída do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), o que resultou em ação movida pelo MPSP e aceita pela Justiça em agosto. Com a repercussão das críticas, o governo recuou na decisão.
Outra situação desconfortante surgiu no final de agosto, quando erros crassos foram identificados no material didático digital fornecido pela Secretaria da Educação. Dentre os erros, falsas informações como a existência de praias na capital São Paulo e a assinatura da Lei Áurea por Dom Pedro II. Após a descoberta desses erros, o coordenador pedagógico da pasta, Renato Câmara Nunes Dias, foi demitido. O governo, por sua vez, corrigiu os materiais e pediu desculpas pelo acontecido.
Além desses problemas, o governo teve que lidar com dois atentados às escolas estaduais no mesmo ano. Em março, uma professora da Escola Estadual Thomázia Montoro, na região oeste, foi esfaqueada por um aluno. E em outubro, Giovanna Bezerra da Silva, estudante de 17 anos, foi morta a tiros por um colega na Escola Estadual Sapopemba, na zona leste. Ambos os agressores eram menores de idade e tinham problemas de convivência conhecidos pela direção das escolas e pela polícia. Infelizmente, embora essas informações fossem de conhecimento das autoridades, esses jovens não foram identificados como potenciais agressores, o que poderia ter evitado as tragédias.
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