No meio do conflito com o Hamas, o caso de corrupção envolvendo o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, foi retomado nesta segunda-feira(4), em Jerusalém. O processo tinha sido pausado por cerca de dois meses, após um ataque surpresa do grupo islâmico palestino no dia 7 de outubro.
Netanyahu, hoje com 74 anos, é suspeito de ter recebido presentes de pessoas abastadas, que juntos tem valor estimado em quase 200.000 dólares. O primeiro-ministro teria recebido os presentes, que incluem charutos, garrafas de champanhe e joias, entre os anos de 2007 e 2016. Os crimes pelos quais é acusado são corrupção, fraude e abuso de confiança.
Um dos doadores seria o produtor israelense de cinema Arnon Milchan, conhecido por filmes como 'JFK' e 'Uma Linda Mulher'. Netanyahu teria retribuído o presente beneficiando Milchan com um auxílio fiscal que o economizou milhões de dólares, embora tivesse sido vetado pelo Ministério das Finanças de Israel.
O primeiro-ministro se defende dizendo que apenas aceitou presentes de amigos sem dar nada em troca e afirma ser vítima de uma 'caça às bruxas'. Ele não precisará se apresentar em tribunal por agora, mas pode ser convocado para se explicar daqui alguns meses, de acordo com a mídia israelense.
O julgamento, iniciado em 2020, marca a primeira vez que um primeiro-ministro no cargo em Israel enfrenta um processo desse gênero. Netanyahu ocupou a posição de chefe de governo entre 1996 e 1999 e entre 2009 e 2021. Ele reassumiu o cargo de primeiro-ministro no final de 2022, em coalizão com partidos ultraortodoxos e de extrema-direita.
A retomada das audiências foi criticada pelos aliados de Netanyahu, já que Israel se encontra em guerra com o Hamas na Faixa de Gaza. Entretanto, o julgamento seguirá em um formato reduzido, devido ao fato de que diversas testemunhas e advogados foram convocados como reservistas.
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