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PSB afasta a possibilidade de unir forças com Lula e aposta alto em Tabata Amaral em São Paulo

Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB, assegura que não há lógica em retirar a pré-candidatura de Tabata.

A possibilidade de um acordo entre o PSB e o presidente Lula para uma campanha unificada no primeiro turno das eleições de 2024 em São Paulo, foi recusada categoricamente pelo partido na quinta-feira (21). Em vez disso, o PSB decidiu apostar ainda mais na pré-candidatura da deputada Tabata Amaral. Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB, declarou que não vê motivo para descartar a candidatura de Tabata e apoiar o deputado federal Guilherme Boulos (Psol), que tem o respaldo de Lula e do PT.

'Nenhum acordo para o primeiro turno é necessário', afirmou Siqueira ao Valor. 'Não há nenhuma chance de Tabata desistir', acrescentou. Ele também enfatizou a seriedade da candidatura do PSB em São paulo: 'Ela [Tabata] deseja ser candidata e têm nosso apoio'.

Na quarta-feira (20), em Brasília, Siqueira se encontrou com Tabata para discutir a estratégia eleitoral na capital paulista. No mesmo dia, durante uma reunião ministerial, Lula sugeriu ao vice-presidente Geraldo Alckmin e ao ministro Márcio França (Empreendedorismo), ambos do PSB, que o governo não pode ter duas frentes de campanha em São Paulo.

Lula tem atuado diligentemente para obter apoio a Boulos. O presidente está buscando filiar Marta Suplicy, ex-prefeita, ex-petista e atual secretária de Relações Internacionais da capital, ao PT, como vice do pré-candidato do Psol. Recentemente, Lula sinalizou que planeja fazer um movimento para atrair o PSB para sua base.

Ambos, Guilherme Boulos e Márcio França retiraram suas candidaturas para o governo de São Paulo nas eleições de 2022, articulado por Lula, para endossar Fernando Haddad (PT), atual ministro da Fazenda. Posteriormente, Boulos foi indicado por Lula para a Prefeitura de São Paulo e França, por sua vez, recebeu o comando de um ministério: primeiro de Portos e Aeroportos, e agora, Empreendedorismo.

No entanto, o presidente nacional do PSB descartou a possibilidade do partido repetir a estratégia de desistência para apoiar o candidato indicado por Lula em São Paulo. 'A situação é totalmente diferente agora. Estamos em tempos de normalidade', disse ele. 'Temos que aprender a conviver com a democracia', declarou. O dirigente do PSB recusou a ideia de qualquer tipo de negociação.

Ainda de acordo com Siqueira, nem ele nem ninguém da pré-campanha de Boulos foram abordados por Lula para discutir um possível acordo.

A deputada Tabata declarou que, embora 'entenda e respeite' o pedido de Lula a Alckmin e França, rejeita a ideia de desistir da candidatura para apoiar Boulos no primeiro turno. Em entrevista à Rádio Bandeirantes, ela afirmou: 'O PSB tem um projeto sólido e independente que não deve mudar'.

Tabata, que lidera o diretório municipal de São Paulo do PSb, filiou o apresentador José Luiz Datena ao partido na terça-feira. Datena é cogitado para concorrer como vice da deputada, porém, ainda não definiu se participará das eleições de 2024. Hoje, Tabata elogiou novamente o apresentador, dizendo que ele tem 'história' e 'vai contribuir muito' se juntar a ela na chapa. 'O PSB tem que apresentar um projeto alternativo à polarização', declarou Tabata.

As eleições de 2024 em São Paulo prometem reviver a rivalidade entre os apoiadores de Lula e de Bolsonaro. Boulos foi lançado como pré-candidato por Lula em março de 2022, enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro ainda não anunciou seu candidato. No entanto, o prefeito e pré-candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB) tem buscado ser o representante bolsonarista na cidade.

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