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Quase metade dos deputados do PL na Câmara dos Deputados são alvo de investigações

Dos 98 deputados federais filiados ao PL, 42 estão sendo investigados por inquéritos policiais, são alvo de denúncias no Ministério Público ou estão respondendo a processos no Supremo Tribunal Federal

O deputado federal Zé Trovão (PL-SC), acusado de violência doméstica por sua ex-noiva no mês passado, já era alvo de outra investigação criminal. Junto ao novo inquérito policial, o parlamentar responde no Supremo Tribunal Federal (STF) por atos antidemocráticos ocorridos após as eleições do ano anterior, além de um vídeo em que alega que o presidente Lula é um ladrão, afirmando que 'o lugar de bandido é na prisão ou no caixão'.

Zé Trovão é um entre os 42 deputados federais, dos 98 membros da bancada do PL, partido de Jair Bolsonaro, que estão sob investigação criminal. Este número representa quase 43% do total da bancada. De acordo com um levantamento do jornal O Globo, essas acusações incluem inquéritos policiais, denúncias do Ministério Público e processos no Supremo Tribunal Federal.

Os crimes mais frequentes entre essas denúncias são: corrupção (9), disseminação de notícias falsas (6), incentivo às manifestações golpistas do dia 8 de janeiro (4) e discriminação ou preconceito (3). Vale ressaltar que em todos esses processos, ainda não foram emitidas as decisões definitivas e, portanto, cabem recursos.

Outro exemplo é o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro (SP), que também é alvo de investigações recentes. No momento, ele está sendo processado em três ações no STF, todas elas relativas a uma declaração feita por ele em um evento pró-armas realizado no mês de junho. Ele comparou 'professores doutrinadores' a traficantes, afirmando que 'Não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar os nossos filhos para o mundo do crime. Talvez o professor doutrinador seja pior'.

Nikolas Ferreira (MG) está sendo processado por transfobia, enquanto Gustavo Gayer (GO) enfrenta complicações devido a suas declarações preconceituosas em um podcast, relacionando a ocorrência de ditaduras na África à capacidade cognitiva dos africanos.

A deputada Carla Zambelli (SP) responde por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal perante o STF, por ter perseguido um homem armada, pouco antes do segundo turno das eleições passadas. Seu advogado defende que ela possuía porte de arma e, portanto, não cometeu nenhum crime.

Por fim, o levantamento identificou que os deputados Bia Kicis (DF), Carol de Toni (SC), Filipe Barros (PR), General Girão (RN), Cabo Junio Amaral (MG) e Luiz Philippe Bragança (SP) estão respondendo a inquéritos relacionados à disseminação de fake news.

Especialistas da área jurídica ouvidos pelo Globo afirmaram que, como ainda são apenas investigações, estas não afetam significativamente os mandatos dos parlamentares. No entanto, eles seriam prejudicados caso ocorresse condenação, com pena mínima de um ano de prisão, em crimes como abuso de poder ou violação da administração pública. Ainda assim, por gozarem de foro privilegiado e imunidade parlamentar, esses deputados só podem ser julgados pelo STF e apenas podem ser presos em flagrante.

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