BRASIL POLÍTICA

Rui Daher: O setor agropecuário sempre vai precisar

Nos civilizamos ao ponto de ter harmonia e respeito territorial? Eu diria que não

Para aqueles que abandonam a razão e tratam dos elementos cruciais para o crescimento de um país apenas com base em suas escolhas políticas, semelhantes às preferências de clubes, de maneira extremamente indiferente, eu recomendaria que não continuassem a leitura desta coluna. Iria parecer parcial, oportunista e equivocada.

Não é, mas tais críticas seriam inevitáveis dentro das normas que ditam as implicâncias que, historicamente, perduram entre governos considerados de esquerda e o setor agropecuário.

Antes de tudo, é preciso levar em conta que a agricultura e a pecuária são atividades ancestrais, que surgiram da necessidade de alimentação dos seres humanos, da fauna e da própria flora. Desde a época da caça até a criação de animais, o plantio e a ação predatória.

Com a evolução das espécies e, especialmente, com a criação das moedas para troca e dos sistemas políticos e econômicos impregnando a sociedade, diversos embates tomaram proporções que levaram ao surgimento de inúmeros conflitos armados, até mesmo guerras de alcance global.

Nos civilizamos ao ponto de conseguir harmonia e respeito territorial? Eu diria que não. Nem mesmo as religiões, sejam monoteístas ou politeístas, foram capazes de inculcar que a ganância e a cobiça não devem ser os alicerces da vida humana, sobretudo após o capitalismo se tornar o modelo econômico dominante no mundo.

Pergunto então: Será que os agricultores da Faixa de Gaza, de Israel, da Rússia, da Ucrânia, dos países da África Subsaariana, da Bolívia, do Equador e de algumas regiões da América Central estão realmente preocupados em usurpar terras indígenas para exploração de minérios e madeira? Ou desmatar para gastar o que está em pé, que é menos caro para ser explorado corretamente e gera muito mais dinheiro?

Mesmo a lógica do capitalismo passou despercebida por séculos. É uma questão de aritmética. Não precisamos nem mesmo evoluir para a matemática. Não seria um desafio. Só precisariam tentar responder algumas perguntas levantadas nesta coluna:

Como? Por que não? O que não entendeu? O que a professora ítalo-britânica da Universidade de Sussex e de Londres, Mariana Mazzucatto, nos ensina (leia tudo o que ela escreve). O aspecto principal que faltou é: o Estado.

Sem ele e sem um líder igual a Luiz Inácio Lula da Silva, o caminho para o futuro será muito mais difícil. Hoje encerro por aqui. Na próxima semana, se for permitido, continuarei, para decepção da ignóbil bancada ruralista. Até lá!

Deixe um Comentário!

Para comentar, faça Login, clicando aqui.