Para aqueles que abandonam a razão e tratam dos elementos cruciais para o crescimento de um país apenas com base em suas escolhas políticas, semelhantes às preferências de clubes, de maneira extremamente indiferente, eu recomendaria que não continuassem a leitura desta coluna. Iria parecer parcial, oportunista e equivocada.
Não é, mas tais críticas seriam inevitáveis dentro das normas que ditam as implicâncias que, historicamente, perduram entre governos considerados de esquerda e o setor agropecuário.
Antes de tudo, é preciso levar em conta que a agricultura e a pecuária são atividades ancestrais, que surgiram da necessidade de alimentação dos seres humanos, da fauna e da própria flora. Desde a época da caça até a criação de animais, o plantio e a ação predatória.
Com a evolução das espécies e, especialmente, com a criação das moedas para troca e dos sistemas políticos e econômicos impregnando a sociedade, diversos embates tomaram proporções que levaram ao surgimento de inúmeros conflitos armados, até mesmo guerras de alcance global.
Nos civilizamos ao ponto de conseguir harmonia e respeito territorial? Eu diria que não. Nem mesmo as religiões, sejam monoteístas ou politeístas, foram capazes de inculcar que a ganância e a cobiça não devem ser os alicerces da vida humana, sobretudo após o capitalismo se tornar o modelo econômico dominante no mundo.
Pergunto então: Será que os agricultores da Faixa de Gaza, de Israel, da Rússia, da Ucrânia, dos países da África Subsaariana, da Bolívia, do Equador e de algumas regiões da América Central estão realmente preocupados em usurpar terras indígenas para exploração de minérios e madeira? Ou desmatar para gastar o que está em pé, que é menos caro para ser explorado corretamente e gera muito mais dinheiro?
Mesmo a lógica do capitalismo passou despercebida por séculos. É uma questão de aritmética. Não precisamos nem mesmo evoluir para a matemática. Não seria um desafio. Só precisariam tentar responder algumas perguntas levantadas nesta coluna:
Como? Por que não? O que não entendeu? O que a professora ítalo-britânica da Universidade de Sussex e de Londres, Mariana Mazzucatto, nos ensina (leia tudo o que ela escreve). O aspecto principal que faltou é: o Estado.
Sem ele e sem um líder igual a Luiz Inácio Lula da Silva, o caminho para o futuro será muito mais difícil. Hoje encerro por aqui. Na próxima semana, se for permitido, continuarei, para decepção da ignóbil bancada ruralista. Até lá!
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