O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, declarou que é comum a Corte causar descontentamento com suas decisões. Ele ressaltou que o tribunal, seguindo o que está disposto na Constituição, se vê obrigado a julgar questões que dividem a sociedade brasileira.
Em participação recente no 17° Encontro Nacional do Poder Judiciário, realizado em Salvador, Barroso reforçou a independência do STF e afirmou que a popularidade do tribunal não deve ser avaliada através de pesquisas de opinião. 'A gente está sempre desagradando alguém. Essa é a vida de um tribunal constitucional independente que tem a coragem moral de fazer o que tem que fazer. Aferir a importância do prestígio de um tribunal em pesquisas de opinião pública é impossível', declarou.
Em seu discurso, Barroso solicitou aos juízes brasileiros um tratamento respeitoso e gentil com a população que comparece às audiências nos tribunais do país. Ele citou um incidente recente em que a juíza Kismara Brustolin foi suspensa do cargo depois de exigir ser tratada por 'excelência' durante uma audiência, chegando a chamar um homem de 'bocudo'.
O presidente do STF também reafirmou seu compromisso com a criação de um programa de bolsas de estudos destinadas a candidatos negros que aspirem à magistratura. Reconheceu a falta de representação dessas pessoas no Poder Judiciário e defendeu ações afirmativas como forma de corrigir essa disparidade. 'Todos nós temos que ter um compromisso com a inclusão social dessas pessoas. Defendemos ações afirmativas no Judiciário porque há uma dívida histórica com pessoas que foram escravizadas e trazidas à força, temos uma dívida com uma abolição que foi feita sem inclusão social', completou.
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