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Senador Renan Calheiros pretende acionar STF para impulsionar criação de CPI que investigará desastre da Braskem em Maceió

Renan Calheiros busca formar uma CPI no Senado para investigar os afundamentos em Maceió, causados pela ação da mineradora Braskem

A CPI da Braskem, uma iniciativa de Renan Calheiros (MDB-AL), embora formalizada em outubro, ainda não foi iniciada no Senado, pois apenas o MDB fez suas indicações para o colegiado, de acordo com o senador.

Para que a CPI possa iniciar suas atividades, é necessário que os partidos indiquem os senadores que representarão o colegiado. Renan afirmou que, se os partidos não realizarem suas indicações, irá apelar para o Supremo Tribunal Federal (STF) para que exija do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a indicação dos integrantes da CPI. O senador declarou à Congresso em Foco que “Se, infelizmente, não tivermos as indicações dos líderes, deveremos pedir ao STF tão logo isso fique evidente”. Renan assegura que isso será resolvido ainda este ano.

A situação em Maceió se agravou recentemente devido ao risco de colapso de uma mina da Braskem no bairro do Mutange. O risco de afundamento é expressivamente alto, segundo informações da prefeitura de Maceió. A área considerada em alerta máximo pela Defesa Civil tem aumentado nas últimas horas.

A CPI tem a intenção de investigar a responsabilidade da Braskem pelo afundamento de 15 bairros em Maceió e consequentes indenizações e reparos que devem ser feitos. O Serviço Geológico do Brasil concluiu em 2019 que a extração de sal-gema realizada pela Braskem comprometeu a estabilidade da capital alagoana, levando o caso à Justiça. Segundo o pedido para a criação da CPI, cerca de 200 mil pessoas foram afetadas. Esse número não inclui a situação atual que ainda está em curso.

A Justiça de Alagoas já havia condenado a Braskem a indenizar o estado pelos danos ambientais causados em Maceió. A condenação foi dada pelo juiz José Cavalcanti Manso Neto, da 16ª Vara Cível de Maceió e é referente à ação da Braskem na capital alagoana, que afetou especialmente o bairro de Pinheiro. A extração continua de sal-gema realizada pela Braskem há quase 40 anos causou instabilidade no solo, provocando tremores, rachaduras e afundamentos, causando um dano de R$ 28 bilhões ao município.

A bancada de Alagoas se divide sobre a necessidade de uma investigação no Congresso sobre o tema. Embora a CPI tenha sido uma iniciativa de Renan Calheiros, que reuniu assinaturas e pressionou pela formação do colegiado, o senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL) se manifestou contra e tentou barrar a participação de Renan no colegiado. Cunha argumentou que Renan foi presidente da Salgema Indústrias Químicas S.A. de 1993 a 1994 e está sob investigação por suposto recebimento de propinas da Odebrecht, sendo que uma das proprietárias da Braskem é a Novonor (novo nome da Odebrecht).

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