Neste ano, os preços dos alimentos experimentaram uma queda que não era vista desde 2017. Essa queda se deu principalmente devido a fatores como uma safra recorde, queda nos preços das commodities agrícolas e desinflação global. No acumulado até novembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) registrou que os preços da alimentação no domicílio estavam 2,4% menores, em média.
Economistas estimam uma deflação de pouco mais de 1%, com carnes sendo 9,4% mais baratas, enquanto as aves e ovos tiveram uma queda de 6,8% em seu valor. Essa é uma ótima notícia, especialmente considerando que o INPC este ano foi de 3,1% até novembro, o menor valor desde 2017.
O professor de economia da PUC-Rio, Luiz Roberto Cunha, disse que o recorde na safra de grãos este ano contribuiu para a ampliação da oferta de produtos como soja, milho e feijão. Esses itens tiveram um efeito cascata sobre os preços de outros produtos na cadeia de alimentos, como óleo de soja, carnes e frango.
Commodities agrícolas, cujos preços haviam aumentado por mais de dois anos, tiveram uma forte desaceleração, permitindo o reajuste dos preços no mercado consumidor. Para as famílias de menor renda, que sentirem esse impacto mais diretamente, foi um ano melhor do que os anteriores, especialmente considerando que o salário mínimo teve um aumento real e o programa Bolsa Família foi retomado.
O coordenador dos índices de preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), André Braz, disse que itens alimentícios como óleo de soja, feijão-carioca, leite longa vida e frango terminarão o ano com preços mais baixos do que os do ano passado. Isso melhorou a qualidade da alimentação e permitiu que as famílias comprassem outros itens necessários.
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