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Surpresa de Natal: Não é peru, é perua! Entenda a história

Este ano, aprecie a sua ceia de Natal conhecendo mais sobre os pratos que fazem parte desta tradição. O grande protagonista da noite, o peru, na verdade é a perua. O mercado direciona os perus machos para a produção de embutidos e pedaços, enquanto o Chester, que é propriedade da marca Perdigão, é simplesmente um frango comum que passou por uma seleção genética. Descubra esses e mais detalhes interessantes sobre estes dois itens presentes na ceia de Natal.

O peru que você serve na ceia de Natal, na realidade, é a fêmea da espécie. A diferença de tamanho entre as aves é a razão disso. As peruas crescem menos que os machos e, portanto, para os produtores, é mais lucrativo comercializar o peru no mercado de pedaços, de acordo com Elsio Figueiredo, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Suínos e Aves.

Já no caso do Chester, que é de propriedade da Perdigão, o oposto acontece: o produto principal é o macho. Isso porque as fêmeas são menores e acabam sendo comercializadas como um produto para o consumo diário. No entanto, para o frango atingir o tamanho desejado, o produtor realiza uma seleção genética, priorizando as características ideais da ave.

Por se desenvolverem em ritmos diferentes, perus e peruas são criados separadamente. Caso contrário, ao longo dos meses, o macho comeria toda a comida, deixando a fêmea sem nada. A Embrapa estimou que o peru pode atingir cerca de 10 kg a mais do que a fêmea. A perua é abatida quando atinge cerca de 10 semanas de idade, momento em que ultrapassa os 5 kg de peso, resultando em uma carcaça de 4 kg, ideal para a ceia de Natal.

No entanto, os perus não escapam do abate. Eles vivem até 20 semanas, e depois são encaminhados para as indústrias que produzem peito de peru, salsicha e outros embutidos. É raro um peru macho ser vendido inteiro. Algumas fêmeas, mesmo não sendo levadas para as ceias, são encaminhadas para o mercado de pedaços após 20 semanas, período em que chegam a pesar 15 kg.

Os frangos de Natal são maiores do que os que compramos para consumo diário. Os produtores demoram cerca de um ano organizando a reprodução entre as linhagens genéticas específicas para obter esse resultado, segundo Figueiredo. O frango gigante (Chester), por exemplo, tem o peito grande, característica selecionada a partir da geração dos bisavós. Existem quatro classificações denominadas com letras (A, B, C e D), cada uma com uma característica própria. Estas linhas são cruzadas até nascer a geração ABCD, o frango vendido para as festas.

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