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Trama do Telegram que chantageia consumidores de pedofilia acertou até figuras importantes, afirma a polícia

Golpe ocorre através da entrada em um grupo que supostamente compartilha vídeos proibidos, assim os golpistas capturam os dados dos usuários para extorsão.

A Polícia Civil do Distrito Federal está na cola de um esquema de extorsão voltado contra usuários do aplicativo Telegram, que são atraídos por conteúdos ilícitos de pedofilia, zoofilia ou necrofilia. Conforme informam os investigadores, membros de alto escalão da administração pública e autoridades de Brasília fazem parte do leque de vítimas, cujas identidades são mantidas em sigilo.

O esquema se dá de forma bem simples: a potencial vítima é atraída pela proposta de entrar em um grupo privado no Telegram, o que por si só já sugere uma garantia de privacidade. A atração por práticas ilegais e a marca de privacidade da plataforma tornam-se um atrativo para os possíveis usuários. Mas para ingressar no grupo, é necessário pagar uma taxa, que varia entre R$ 14,90 a R$ 19,90.

No momento da transferência do dinheiro é que os criminosos capturam os nomes e os números de CPF dos membros. Quando se trata de alguém importante ou conhecido, vira alvo de chantagem por parte dos criminosos. Eles exigem quantias em dinheiro para não vazarem a informação de que a vítima teria pago para ter acesso a conteúdos pornográficos infantis.

Os investigadores afirmam que todas as vítimas são do sexo masculino. Reportagens do G1 apontam até governadores no meio, mas de acordo com a polícia, não há confirmações. As investigações iniciaram quando um alto funcionário público na faixa dos 25 anos, depois de ter pago R$ 20 mil para os criminosos, decidiu comunicar a polícia sobre a situação em 14 de dezembro.

De acordo com o delegado Eduardo dal Fabbro responsável pelo caso, a importância da vítima é um fator determinante para o golpe. 'Eles estudam o perfil a partir de fragmentos de CPF. Uma jovem de 18 anos fazia isso com os dados vazados', informou à mídia.

O adolescente de 18 anos que mora na Bahia é identificado como líder dos golpistas e integrante do Bonde dos Malucos, a maior facção criminosa local e aliada do PCC. Na última quinta-feira, o jovem foi preso junto com outras três pessoas em São Paulo e na Bahia, acusados de fazer parte do esquema. Estima-se que o grupo tenha arrecadado pelo menos R$ 200 mil. As investigações continuam, por meio de análises de celulares apreendidos e depoimentos dos presos. Como as contas bancárias estavam quase vazias, a principal suspeita é de que o esquema financia outros níveis da organização criminosa.

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