Seja no WhatsApp ou no Telegram, o recebimento de mensagens com informações falsas, distorcidas ou exageradas se tornou parte da rotina dos usuários desses aplicativos no Brasil. De acordo com um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD), 38% dos usuários brasileiros recebem pelo menos uma mensagem duvidosa a cada 24 horas. Dessas mensagens recebidas, 20% mencionam alguma marca, com destaque para o setor financeiro.
A pesquisa, intitulada 'A corrida do WhatsApp: Marcas, fakes e uma nova fronteira de dados', foi realizada entre julho e agosto com 5.761 usuários de apps de mensagens que utilizam a ferramenta V-Groups, desenvolvida em parceria entre o IBPAD e a plataforma v-tracker de análise de redes sociais. 53% dos usuários analisados receberam mensagens contendo preços ou promoções de compra online em 24 horas, sendo que 26% dessas foram identificadas como possíveis golpes ou fraudes.
O estudo mostrou que uma em cada cinco mensagens continha menção a uma marca e, em 20% dos casos, o objetivo era vender algo por meio do app de mensagens. O setor financeiro foi o mais afetado por mensagens duvidosas, com 53% dos casos no período estudado. Os setores de telecomunicações (47%), educação (44%), moda e vestuário (40%) e alimentos e bebidas (37%) também foram bastante mencionados nas mensagens duvidosas.
A pesquisa revelou que as mulheres são as que mais utilizam os apps de mensagens para agendar serviços, obter informações sobre produtos e empresas (30%) ou receber promoções (26%). Por outro lado, os homens são os alvos principais das mensagens suspeitas, com 28% das mensagens voltadas para eles e 19% para as mulheres.
Em termos econômicos, em média, 38% dos usuários das classes A-B utilizam esses aplicativos para marcar serviços e obter mais informações sobre produtos e empresas. Já na classe C, a proporção cai para 24% e, nas classes D e E, é de apenas 14%.
O IBPAD orienta as marcas a terem maior atenção e cuidado ao se comunicarem com clientes e possíveis consumidores através de aplicativos de mensagens. Todos os dados coletados pelo estudo seguem as normas da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e tiveram o consentimento do usuário.
A pesquisa obteve os dados a partir da V-Groups, ferramenta que monitora 3,5 milhões de usuários de WhatsApp e Telegram. Entre os dados coletados, 82% das mensagens são provenientes do WhatsApp e 18% do Telegram. A Meta, proprietária do WhatsApp, não comentou o estudo e o Telegram não respondeu à nossa solicitação de comentário.
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