O Ministério da Saúde iniciou nesta quinta-feira, 7, uma consulta pública para discutir a incorporação da vacina contra a dengue ao Sistema Único de Saúde (SUS). A vacina Qdenga da empresa japonesa Takeda Pharma está atualmente sob avaliação da Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).
A consulta pública permanecerá aberta por dez dias. Uma vez encerrado esse período, as contribuições e sugestões serão compiladas e analisadas pela Comissão, que emitirá uma recomendação final.
A Qdenga, que foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março deste ano, é recomendada para todas as pessoas entre 4 e 60 anos. Outra vacina disponível é a Dengvaxia, porém, só é aconselhada para aqueles que já foram expostos ao vírus e estão na faixa etária de 9 a 45 anos. Por enquanto, ambas estão apenas disponíveis na rede privada.
A Comissão já propôs a incorporação da vacina para lugares e grupos prioritários que serão definidos pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). As áreas de maior taxa de incidência e transmissão e as faixas etárias mais propensas a desenvolver formas graves da doença serão levadas em consideração.
A introdução da vacina mostrou uma eficácia global em diminuir hospitalizações em 84% dos casos de dengue. Entretanto, apenas 8,5 milhões de doses poderão ser disponibilizadas no primeiro ano e um total acumulado de 50 milhões em cinco anos, segundo o laboratório. Isso implica em restrições no público que será beneficiado.
A decisão inicial da Conitec é baseada na grave situação epidemiológica do Brasil, onde por dois anos consecutivos, mais de mil mortes anuais foram registradas. O país necessita de mais uma opção contra a dengue, que é transmitida pela fêmea do mosquito Aedes Aegypti. Até o dia 4 deste mês, 1.601.890 casos de dengue foram registrados no Brasil, ocasionando 1.053 mortes, de acordo com dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde.
A indicação da vacina também está condicionada a uma proposta de redução de preço pelo fabricante, quetorná-la sustentável para o PNI. O valor atual por dose, de 170 reais, ainda é alto, sendo o dobro do preço das vacinas mais caras já incluídas no programa.
A Qdenga é administrada em duas doses, com um intervalo de 3 meses. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse: “Este processo de incorporação poderá se constituir em uma alternativa importante para auxiliar no enfrentamento da doença, alinhada às demais estratégias já implementadas atualmente”.
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