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11° dia na busca por helicóptero desaparecido em SP: drones, rastreadores e aviões da FAB empenhados na missão

O local de pouso de emergência da aeronave antes de seu desaparecimento foi localizado pela Polícia Civil, mas sem sinal das vítimas; sinais dos telefones móveis foram detectados

A procura pelo helicóptero que sumiu em São Paulo, transportando quatro passageiros, chega ao 11° dia nesta quinta-feira. A operação cobre uma área total de cinco mil quilômetros quadrados e tem sido parcialmente afetada pelo terreno montanhoso e pelo clima na região. As aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) somam mais de 122 horas de voo na operação.

Esta semana, familiares das vítimas contrataram rastreadores para auxiliar na busca, enquanto outros parentes, com o suporte de um drone, realizam a procura por conta própria. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo também está engajada, com aeronaves e drones que patrulham a área. A FAB mobilizou uma equipe especializada com equipamentos específicos para a missão.

A Polícia Civil localizou o ponto em que a aeronave fez pouso de emergência antes de desaparecer, mas nenhum vestígio dos passageiros ou destroços do helicóptero foram encontrados. A área é próxima a uma represa em Paraibuna (SP). A Polícia Civil, através do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), divulgou nesta quarta-feira que uma antena na região captou sinais dos celulares de dois passageiros: Luciana Rodzewics e Raphael Torres. O sinal foi captado entre as 23h54 do dia 31 de janeiro e as 22h14 do dia 1° de fevereiro.

O Quinto Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação contribuiu com o helicóptero H-60 Black Hawk para a equipe de resgate, que inclui nove tripulantes. Trata-se de uma aeronave militar de porte médio com diversas funções e amplamente utilizada para resgate e busca e salvamento, podendo percorrer até 295 quilômetros em apenas uma hora, segundo a FAB.

A busca e salvamento de aeronaves e embarcações desaparecidas em todo o território nacional, é responsabilidade do Segundo Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (Décimo Esquadrão de Aviação), que também está engajado na missão com a aeronave SC-105 Amazonas e uma equipe de 15 tripulantes especializados.

A aeronave SC-105 Amazonas é equipada com um radar capaz de realizar buscas sobre terra ou mar até uma distância de 360 quilômetros. Também possui um sistema de comunicação via satélite, possibilitando o contato com outras aeronaves ou centros de coordenação de salvamento (Salvaero), mesmo em voos a uma baixa altitude. Além disso, possui sistema eletro-óptico de busca por imagem e infravermelho, permitindo o rastreio por calor e ajudando na detecção de uma aeronave encoberta pela vegetação ou uma pessoa no mar.

De acordo com a Polícia Militar (PM), o helicóptero de modelo Robinson R44 e decolou do Aeroporto Campo de Marte, situado na região norte de São Paulo, às 13h15. A bordo estava Luciana Marley Rodzewics Santos, de 46 anos, sua filha Letícia Ayumi Rodzewics Sawunoto, de 20 anos, Rafael Torres, um amigo da família que fez o convite para o passeio, e o piloto, Cassiano Tete Teodoro, de 44 anos. O grupo pretendia passar o Ano Novo em Ilhabela. O último contato com o helicóptero e a torre de controle foi às 15h10, quando sobrevoava Caraguatatuba.

A Força Aérea Brasileira (FAB) foi acionada sobre o desaparecimento do helicóptero às 22h30 e a operação de busca começou na madrugada de segunda-feira, focando na região montanhosa do Litoral Norte de São Paulo, entre Caraguatatuba e Paraíbuna. Conforme o Registro Aeronáutico Brasileiro, que pertence à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aeronave desaparecida foi fabricada em 2001 e tinha capacidade para transportar três passageiros, além do piloto. Segundo o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), a situação do helicóptero estava regular, sem permissão para prestar serviços de táxi-aéreo.

Antes do desaparecimento, Letícia enviou uma mensagem para a família alertando sobre as condições perigosas de voo devido à alta neblina. De acordo com a CNN, Letícia escreveu: 'Tá perigoso. Muita neblina, estou voltando.' A família também recebeu um vídeo que mostrava a alta neblina no momento do desaparecimento. Uma mensagem da jovem ao namorado relatava que o helicóptero havia feito um pouso de emergência numa área florestal devido ao mau tempo.

Luciana Rodzewics compartilhou nas redes sociais o vídeo do momento da decolagem, onde o céu de São Paulo se mostrava nublado. O Raphael Torres e o piloto estavam na parte da frente do helicóptero enquanto Luciana filmava da parte de trás. A CNN também reportou que o piloto comentou ao dono e coordenador do heliponto em Ilhabela sobre as dificuldades enfrentadas no voo devido às condições climáticas adversas. Segundo o Uol, o piloto confessou a Jorge Maroum que a visibilidade durante o voo não era adequada.

Jorge, em seguida, sugeriu que o piloto 'viesse por cima', pois haveria um 'buraco' onde a visibilidade seria melhor, porém Cassiano relatou que não conseguiria subir. Uma nota da Anac afirmou que Cassiano Tete Teodoro 'não dispõe de confirmação de sua presença como piloto em comando do voo' e que 'teve sua licença e todas as habilitações sumariamente cassadas pela Agência em 15 de setembro de 2021 por condutas infracionais graves à segurança da aviação civil'. A Anac informou que o piloto chegou a recorrer, mas a decisão foi mantida.

De acordo com a agência, 'em outubro de 2023, após observar prazo máximo legal para a penalidade administrativa de cassação, que é dois anos, o piloto retornou ao sistema de aviação civil ao obter nova licença com habilitação para Piloto Privado de Helicóptero (PPH)'. 'Essa licença não dá autorização para realização de voos comerciais de passageiros', a Anac declarou.

Segundo a CNN, Érica Rodrigues Zandoná, a advogada representando o piloto, afirmou que 'a defesa se resguarda o direito de não comentar até averiguar todos os fatos junto ao seu cliente'.

Na manhã desta quinta-feira, a Polícia Civil declarou que o corpo de um homem encontrado numa represa em Natividade da Serra, no Vale do Paraíbá, não está relacionado com o caso do helicóptero, que desapareceu no último domingo. 'Não há nenhum indício de que este episódio tenha qualquer relação com o desaparecimento do helicóptero, cujas buscas entraram no terceiro dia, com apoio do Comando de Aviação da PM a equipes da Força Aérea Brasileira', afirmou a Polícia Civil em nota. A Secretaria de Segurança Pública informou que ainda não foi possível fazer a identificação porque o corpo estava em estado avançado de decomposição. O caso foi registrado como morte suspeita (encontro de cadáver) na Delegacia Seccional de Taubaté.

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