O novo primeiro-ministro da França, o jovem e atraente Gabriel Attal, é comumente referido como o primeiro político abertamente homossexual a ocupar esta posição. Em sua nomeação pelo presidente Emmanuel Macron, percebe-se um desafio duplo: se Attal tiver sucesso em um governo repleto de desafios, dará crédito a Macron; caso contrário, poderá ser facilmente dispensado.
A juventude de Attal, com apenas 34 anos, tem um contraponto direto: Jordan Bardella, de 28 anos, líder do Rali Nacional, o partido de Marine Le Pen. A liderança de Bardella, inicialmente considerada perigosa, tem conquistado elogios e atraído um público mais jovem que o permitido pela bagagem do sobrenome Le Pen, levando o Rali Nacional à liderança nas pesquisas para as eleições europeias.
As diferenças ideológicas entre Attal, que começou no Partido Socialista e hoje lidera um governo com apoio da direita, e Bardella, estão diminuindo. Attal foi responsável pela implementação de uma lei imigratória, bem vista pela direita, e pela proibição do uso de abaya, uma vestimenta islâmica, nas escolas, medida apoiada pela maioria da população francesa.
Como ministro da Educação, Attal defendeu fervorosamente o secularismo, reconhecendo a importância simbólica da faixa etária, mas sem garantir o sucesso político. A juventude, no entanto, pode ser um problema, como no caso de Sanna Marin que, também aos 34 anos, tornou-se primeira-ministra da Finlândia, mas acabou perdendo o cargo na próxima eleição.
Da mesma forma, uma idade avançada também pode ser um desafio, como se vê na disputa entre Joe Biden de 81 anos e um adversário de 77 anos nos Estados Unidos, onde 77% da população considera a idade um problema para Biden.
Apesar dos desafios, Attal tem potencial para suceder Macron em 2027. Seu companheiro, Stéphane Séjourné, é deputado no Parlamento Europeu e ambos são praticamente clones um do outro. A experiência de Attal, que sofreu bullying por ser gay na adolescência e enfrentou antissemitismo, pode ser um fator importante para o seu governo.
“Ele é uma das melhores cartas do presidente”, disse Jean-Pierre Raffarin, primeiro-ministro do governo Chirac. Resta saber se essa carta será bem jogada.
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