A investigação sobre o assassinato de Marielle Franco tem causado desconforto a Domingos Brazão. Figura sob escrutínio da Polícia Federal (PF), Brazão atribui suas preocupações a duas pessoas: a ex-procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e o atual ministro da Justiça, Flávio Dino. O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio de Janeiro mantém um antagonismo visível com ambos.
Quanto a Dodge, o motivo do ressentimento foi sua acusação, em 2019, pouco antes de deixar o cargo na Procuradoria-Geral da República. Ela acusou Brazão de tentar sabotar as investigações em relação ao homicídio de Marielle. Dodge também solicitou a abertura de um inquérito para apurar se Brazão foi o mandante do crime.
A atitude de Dodge deixou Brazão e sua família em estado de alerta nos últimos cinco anos. Ele expressou à jornalista Vera Araújo que está 'sangrando'. A percepção de seu entorno é de que a pressão é constante e associada a outro caso judicial, no qual Brazão é réu por corrupção passiva e formação de quadrilha.
A adversidade de Brazão em relação a Dino se baseia nas recentes diligências no caso Marielle. De um ano para cá, Brazão começou a argumentar que o ministro estaria apressando o desfecho das investigações com o objetivo de favorecer sua ida para o STF, tendo Brazão como troféu. O encerramento das investigações foi uma promessa do presidente Lula a Dino em 2022. Brazão e seu grupo político acreditam que a eventual ida de Dino para os Supremo teria acelerado a investigação, o que potencialmente atropelou etapas que poderiam provar sua inocência.
A desconfiança da família Brazão aumentou ao longo da última semana, pois Ronnie Lessa, executor confesso de Marielle, fechou um acordo de delação premiada com a PF. A investigação foi enviada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), devido à suspeita de envolvimento de uma pessoa com foro privilegiado no caso, e Brazão é o único investigado que se encaixa neste perfil.
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