Um renovado clamor se ergue sobre a atuação dos militares brasileiros, acusados por setores do governo e ativistas de facilitar a ação de garimpeiros e obstruir as iniciativas governamentais na Terra Indígena Yanomami, em Roraima.
A coluna de Monica Bérgamo, do jornal Folha de São Paulo, relata que os militares estariam dificultando as operações da Funai e do Ministério dos Povos Indígenas, além de permitir a incursão de garimpeiros próximos aos postos da própria froça.
No fim do ano passado, a presidente da Funai se pronunciou sobre a dificuldade em enfrentar os criminosos na região sem o suporte das Forças Armadas. 'Sem este esforço [do Ministério da Defesa], tanto para entrega de cestas aos Yanomami mais vulneráveis, quanto para efetiva desintrusão do território, a tendência é que área de vulnerabilidade se espraie impedindo também a entrega de cestas [de alimentos] (...)'
Em março de 2023, a ação foi ainda mais contrastante, quando o Ministério da Defesa se negou a atender um pedido da Funai para reparar as pistas de pouso, essenciais no suporte aos povos yanomami. Situações semelhantes ocorreram com ministros do governo, que tiveram seus pedidos de translado para a região negados, usando as aeronaves das Forças Armadas.
Enquanto isso, o constante avanço do garimpo na região e o aumento da violência contra os indígenas pressionam o governo de Lula para intervir. A situação caótica gerada pela inação dos militares se torna cada vez mais insustentável.
O Exército nega todas as alegações e afirma que tem operado dentro das suas obrigações, combatendo a criminalidade na região yanomami. 'Os militares detiveram 165 suspeitos, entregues aos órgãos de segurança pública. Para as ações foram empregados, aproximadamente, 1.400 militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica', defendem-se em nota oficial.
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