A Arquidiocese de São Paulo, responsável pelas decisões da Igreja Católica no estado, divulgou uma nota oficial nesta terça-feira (23) em que afirma ter arquivado a investigação contra o Padre Júlio Lancellotti. A denúncia havia sido feita pelo presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite (UB), com base em um vídeo de teor sexual, espalhado pela extrema direita de São Paulo com o intuito de atacar e difamar o padre.
Conhecido pelo seu trabalho de assistência à população vulnerável, principalmente pessoas em situação de rua e dependentes químicos, Lancellotti vem sendo alvo de fake news, principalmente após a tentativa de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para criminalizar sua atuação social. Em meio a esta perseguição, políticos de extrema direita resgataram um vídeo que mostra um homem se masturbando e enviando mensagens de cunho sexual a outro homem, ligando erroneamente ao padre.
O vídeo em questão é uma montagem e não mostra o Padre Júlio Lancellotti, como indicado pelo laudo do perito Mário Gazziro, professor adjunto de Engenharia da Informação da Universidade Federal do ABC (UFABC) e pesquisador visitante na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da Universidade de São Paulo (USP).
A Arquidiocese de São Paulo, ao receber o material que o presidente da Câmara Municipal de São Paulo afirmou ser uma denúncia 'gravíssima' contra o padre, constatou que não há evidências de que as imagens sejam do religioso. A circunscrição da Igreja Católica também menciona o parecer do Ministério Público (MP) emitido em 2020 sobre o mesmo vídeo, que desconsiderou sua veracidade.
A Arquidiocese comunicou ainda que já notificou o Vaticano sobre a decisão de arquivar a denúncia contra o padre.
'A Arquidiocese de São Paulo, mediante ofício enviado por e-mail ao vereador Milton Leite, presidente da Câmara Municipal de São Paulo, no dia 6 de janeiro, protocolado na Câmara Municipal no dia 8 sucessivo, solicitou-lhe que fosse enviado o material referente à suposta denúncia contra o Padre Júlio Renato Lancellotti. Finalmente, na tarde do dia 22 de janeiro, o material foi entregue na Cúria Metropolitana de São Paulo. Tomado conhecimento do material recebido, constatou-se que se trata do mesmo conteúdo divulgado em 2020. Naquela ocasião, a Cúria Metropolitana de São Paulo realizou um procedimento investigativo para apurar a denúncia recebida.
O MPSP, considerando ausência de materialidade, emitiu parecer contrário à instauração de uma ação penal, acompanhado pelo D. Juiz que decidiu pelo arquivamento do inquérito.
A Arquidiocese de São Paulo, não chegando à convicção suficiente sobre a materialidade da denúncia e considerando as conclusões do MPSP, bem como da Justiça Paulista, também decidiu pelo arquivamento e informou a Santa Sé.
O MPSP, considerando a ausência de materialidade, emitiu parecer contrário à instauração de uma ação penal, seguido pelo D. Juiz que decidiu pelo arquivamento do inquérito. A Arquidiocese de São Paulo, não chegando à convicção suficiente sobre a materialidade da denúncia e considerando as conclusões do MPSP, bem como da justiça paulista, também decidiu pelo arquivamento e informou a Santa Sé.
Distante de interesses ideológicos e políticos, com serenidade e objetividade, a Cúria Metropolitana de São Paulo permanece atenta a ulteriores elementos de verdade sobre os fatos denunciados.'
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