Um estudo da Atlas Intel, divulgado em 8 de janeiro de 2024, exatamente um ano após os ataques golpistas em 2023, examina a opinião dos brasileiros sobre várias questões relacionadas aos eventos. Os resultados mostram que o negacionismo eleitoral, a polarização política e o bolsonarismo ainda prevalecem no Brasil.
Os dados indicam que 74,2% da população é contra os ataques golpistas, enquanto cerca de 15% (14,6%) são a favor. Andrei Roman, CEO da Atlas Intel, explicou que os números podem ser mais expressivos por causa da natureza digital da pesquisa, em que entrevistador e entrevistado não têm contato direto. Contudo, os detalhes de interpretação e as disputas de narrativa são, de acordo com Roman, os aspectos mais intrigantes do estudo.
O CEO salienta a questão sobre as razões dos ataques golpistas de 8 de janeiro. 34% responderam que o motivo foi o fanatismo político e a polarização. Outros 20,8% acreditam que o evento foi motivado por uma suposta fraude eleitoral. Essas respostas, na visão de Roman, indicam que a negação eleitoral está fortalecida no país.
Quase 38% da população acredita que Lula, de fato, não ganhou as eleições de 2022. Essa descrença se apresenta como um sério problema para a sociedade brasileira e evidencia o efeito da polarização política.
O questionamento sobre se os atos foram justificados ou não apresentou mudança significativa: a taxa caiu de 28% para 15% em um ano. Além disso, 42,8% das pessoas entrevistadas consideram que as punições para os invasores condenados pelo 8 de janeiro foram excessivas. O número coincide com a base eleitoral de Bolsonaro, já que aproximadamente 44% dos brasileiros apóiam o bolsonarismo.
O estudo ainda investigou se os brasileiros consideram Bolsonaro responsável pelos ataques golpistas. 52% crêem que sim, por outro lado, 43,6% discordam. Similarmente, quando questionados se Bolsonaro deveria sofrer algum tipo de punição legal pelos atos, 52,8% concordaram, enquanto 43,3% se opuseram.
A pesquisa Atlas foi realizada com 1.200 entrevistados no período de 07 a 08 de janeiro de 2024. A maior parte dos participantes foram mulheres (54,5%), residentes do Sudeste (40,9%) e na faixa etária de 35 a 44 anos.
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