MUNDO POLÍTICA

Bolívia em Chamas: Protestos que apoiam Evo Morales resultam em vítimas fatais

Manifestantes bolivianos que apoiam o ex-presidente Evo Morales realizam protestos intensos e bloqueios de estradas contra a ação dos juízes que barraram a participação de Morales nas eleições de 2015, resultando em mortos e feridos.

A semana na Bolívia está marcada por intensos protestos. Nesta última quinta-feira (25), foi o quarto dia consecutivo de bloqueio de estradas, método de manifestação muito utilizado pelos camponeses locais, voltados contra os juízes do Tribunal Constitucional Plurinacional (TCP), responsáveis pela proibição do ex-presidente Evo Morales de concorrer nas próximas eleições presidenciais, agendadas para dezembro de 2025.

Os protestos resultaram em mortes confirmadas de dois civis, além de 11 policiais que foram feridos. Entre as vítimas civis estava uma mulher de 53 anos com problemas de pressão arterial que ficou presa em um dos bloqueios, e um trabalhador do setor de transportes de 57 anos que sofreu uma parada cardíaca e não conseguiu receber assistência médica a tempo.

Os policiais foram vítimas de emboscadas realizadas pelos manifestantes. Segundo o comandante local de polícia, Juan Amílcar Sotopeña, a federação de agricultores de Potosí, composta por cerca de 200 membros, emboscou os policiais e os atacou com pedras e paus, como foi informado à rádio Kawsachun Coca. A Administradora de Rodovias registrou 22 pontos de bloqueios nas estradas de Cochabamba, Oruro, Potosí, La Paz e Santa Cruz de la Sierra.

A crescente onda de protestos teve início na segunda-feira, resultando em vários confrontos com a polícia e a prisão de um jovem de 19 anos que portava bastões de dinamite, as informação foi divulgada pela Força Especial Anticrime (Felcc) para a imprensa local boliviana.

Além disso, os manifestantes pedem a renúncia dos juízes do TCP. O motivo da revolta se concentra em duas decisões controversas. A primeira é a prorrogação dos mandatos dos juízes, que deveriam ter sido encerrados no ano passado, mas foram estendidos devido à falta de acordo político para eleições judiciais. A segunda é uma decisão recente do TCP que limita a permanência de candidatos à presidência e vice-presidência por, no máximo, dois mandatos, impedindo o retorno de Morales ao poder.

Evo Morales, que presidiu o país entre 2006 e 2019, foi deposto em 2019, acusado de fraudar as eleições. Após isso, o país sofreu um golpe que teve forte influência do Brasil de Bolsonaro, dos EUA de Trump e do capital internacional representado por Elon Musk.

Os manifestantes negam as tentativas de pintá-los como um grupo setorial de agricultores e camponeses. Para eles, a mobilização tem caráter nacional. Evo Morales, agora no Brasil, condenou a repressão às manifestações em suas redes sociais.

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