Já na preparação para as eleições, e com Guilherme Boulos à frente nas pesquisas de intenção de voto, setores da direita em São Paulo começam a se mobilizar. Uma das estratégias é a instalação da CPI das ONGs, proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União), ex-integrante do MBL. A instalação deve ocorrer em breve, já em fevereiro após o retorno dos trabalhos da Câmara Municipal.
Conforme reportado pelo jornal Folha de S. Paulo, o vereador Nunes já conseguiu as 24 assinaturas necessárias para instalar a CPI após articulação com a alta câmara do Legislativo. A iniciativa traz um tom altamente eleitoral, mirando o Padre Júlio Lancellotti, que é próximo de Guilherme Boulos (PSOL), e sua ação na região central de São Paulo, especialmente na cracolândia.
Infere-se que o partido de Nunes, União Brasil, deve apoiar a reeleição de Ricardo Nunes (MDB) e apresentar Kim Kataguiri, também filiado à União Brasil, como candidato. Para completar, Rubinho manifestou apoio a Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Jair Bolsonaro (PL) na segunda volta das eleições, decisão que resultou em desaprovação interna do MBL, grupo que defendeu o voto nulo. Frente a esse impasse, Rubinho deixou o movimento.
Em relação ao MBL, é importante lembrar seu histórico de perseguição. Uma reportagem da Piauí, publicada em julho de 2022, revelou que ex-integrantes do grupo acusam o ex-deputado Arthur do Val de tentar se aproveitar de um esquema criminoso contra o Padre Julio Lancellotti em setembro de 2020. A estratégia envolvia um vídeo forjado que mostrava supostas mensagens impróprias de um adolescente de 16 anos com um suposto perfil do padre. O intento dessa fabricação era incriminar Lancellotti por pedofilia. Agora já se sabe que se tratava de uma armação, e tal crime pode render de 6 meses a 1 ano de prisão, dependendo da forma como for enquadrado.
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