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Bolsonaristas sonhavam em ‘me prender e me enforcar’, afirma Moraes sobre tentativa de golpe

Alexandre de Moraes, ministro do STF e um dos principais alvos dos apoiadores de Bolsonaro, detalha os planos dos atos golpistas de 8 de Janeiro e faz alerta sobre o risco de expansão do movimento golpista pelo Brasil caso as Polícias Militares se juntassem a eles.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e um dos principais alvos dos bolsonaristas e de Lula na sua tentativa de golpe, revelou que seus opositores polêmicos tinham o plano de eliminá-lo fisicamente. Os planos foram revelados durante os atos golpistas de 8 de Janeiro.

Moraes, que estava viajando com a família pela Europa na época, afirmou que financiadores do acampamento em frente ao Quartel-General (QG) do Exército tinham três desfechos para ele. Ele relatou ao jornal O Globo: 'Eram três planos. O primeiro previa que as Forças Especiais (do Exército) me prenderiam em um domingo e me levariam para Goiânia. No segundo, se livrariam do corpo no meio do caminho para Goiânia. Aí, não seria propriamente uma prisão, mas um homicídio. E o terceiro, de uns mais exaltados, defendia que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes'.

O ministro do STF confirmou através das investigações de que os conspiradores da tentativa de golpe tinham a intenção de forçar a adoção da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para cooptar as forças armadas para o golpe.

Além disso, Moraes ressaltou o erro grave nas medidas de segurança que permitiram a entrada dos golpistas na Esplanada dos Ministérios. Ele ressaltou que '8 de Janeiro foi o ápice do movimento: a tentativa final de se reverter o resultado legítimo das urnas'.

E também alertou sobre a possibilidade preocupante de que o movimento golpista pudesse se alastrar pelo Brasil, especialmente com o apoio das Polícias Militares. Ele disse que as prisões de Anderson Torres, ex-ministro e então secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, e Fábio Augusto Vieira, comandante-geral da Polícia Militar, assim como o afastamento do governador local Ibaneis Rocha (MDB), além da prisão em flagrante dos golpistas, foram cruciais para evitar o caos.

Moraes criticou ainda a inação da Polícia Militar durante a tentativa de golpe e afirmou que a dispersão do movimento golpista teria requerido apenas um pequeno esforço da força policial. Conforme suas palavras: 'Afirmo sem medo de errar: não precisaria de cem homens do Batalhão de Choque para dispersar aquilo'.

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