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Bolsonaro em desespero: investigação da PF mira venda de refinaria para fundo árabe

Uma auditoria recente da Controladoria-Geral da União (CGU) indica que a venda da refinaria Landulpho Alves (RLAM) para um fundo controlado por um sheik dos Emirados Árabes foi feita por um valor menor do que o avaliado, durante o governo Bolsonaro. Agora, a PF irá investigar a privatização suspeita.

A Polícia Federal planeja abrir uma nova investigação para esclarecer a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), anteriormente propriedade da Petrobras. A RLAM foi vendida ao fundo árabe Mubadala durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL) por um valor subestimado, de acordo com a Controladoria-Geral da União (CGU).

A auditoria da CGU revela que a avaliação da refinaria ocorreu entre abril e junho de 2020, nos primeiros meses da pandemia, ao mesmo tempo em que o futuro da economia global e da indústria petroleira no Brasil permanecia incerto.

De acordo com a CGU, o fundo de investimento com sede em Abu Dhabi, pertencente à família real e controlado pelo Sheik Mohammed bin Zayed, pagou muito menos pelo ativo do que ele realmente valia. O negócio foi fechado em novembro de 2021, poucas semanas depois de Bolsonaro criticar a Petrobras durante uma visita ao Oriente Médio.

'Para mim, o ideal é que você possa se livrar da Petrobras. Claro, privatizá-la para muitas empresas. Não podemos passar de um monopólio estatal para um monopólio privado, temos que dividir isso', afirmou Bolsonaro na época.

A Acelen, empresa criada pelo grupo Mubadala Capital para o negócio, assumiu a gestão da refinaria em 1º de dezembro. Após a transação, a RLAM passou a ser chamada de Refinaria de Mataripe. Durante a viagem ao Oriente Médio, Zayed presenteou a família Bolsonaro com um estojo de joias, que se tornou objeto de controvérsia devido à apropriação indevida de bens pelo ex-presidente.

A Petrobras, por sua vez, foi acusada de ser incoerente ao privatizar a RLAM, enquanto pedia ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) mais tempo para concluir a venda de outras seis refinarias, levando a CGU a criticar a decisão da Petrobras de seguir em frente com o desinvestimento em um momento de incerteza.

Bolsonaro também foi presentado pelo governo dos Emirados Árabes com um kit de joias de R$ 4,15 milhões, um fuzil de 5,56 mm e uma pistola de 9 mm na ocasião em que o processo de privatização foi iniciado. Ambas as armas tiveram de ser devolvidas à União.

Em meio a estas acusações, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência, Paulo Pimenta, sugeriu que os R$ 16,5 milhões em joias supostamente destinados à ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, podem ter sido uma propina pela privatização da refinaria. 'Jair, Michelle e seus apoiadores tentaram todas as maneiras de manter uma propina de R$ 16,5 milhões em diamantes no seio da família', disse Pimenta.

Com as notícias recentes dessa proposta de parceria estratégica ser analisada pela Petrobras, surge também a esperança de um reajuste dos ativos vendidos durante a administração de Bolsonaro, um voto da campanha eleitoral de Lula. Observadores esperam que, nos próximos capítulos dessa história, a justiça prevaleça.

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