A partir da próxima quarta-feira, 10 de janeiro, o governo brasileiro retoma a exigência de visto para turistas oriundos dos EUA, Canadá e Austrália para entrar no país. Decisão anunciada em 1º de outubro sob a administração de Lula, a implantação da medida foi postergada para 2024 a fim de não causar transtornos aos viajantes que já tinham planejado sua viagem ao Brasil.
Conforme esclarecido pelo Ministério do Turismo, a exigência do visto se aplica à data de chegada ao Brasil. Ou seja, turistas desses três países que cheguem ao Brasil até o dia 9 de janeiro não precisarão apresentar o visto.
Esta medida marca o fim da subserviência diplomática adotada durante a gestão de Jair Bolsonaro, especialmente em relação aos EUA. Em 18 de março de 2019, Bolsonaro emitiu um decreto autorizando a entrada de turistas desses três países no Brasil sem a necessidade de visto. Essa medida foi largamente criticada por romper com um preceito fundamental da diplomacia: a reciprocidade.
A decisão polêmica de Bolsonaro veio à tona apenas dois dias depois que seu filho, Eduardo Bolsonaro, fez declarações controversas sobre a imigração ilegal de brasileiros para os EUA. Na época, Eduardo presidia a Comissão de Relações Exteriores da Câmara e era cogitado por seu pai para ocupar o posto de embaixador brasileiro nos EUA, cargo para o qual nunca demonstrou estar preparado.
Durante um discurso em Washington, Eduardo Bolsonaro disse que os EUA não deveriam abrir mão do visto para os brasileiros. Isso, mesmo sabendo que seu pai já estava preparando o decreto para isentar turistas americanos dessa exigência. "Quantos americanos vão vir morar ilegalmente no Brasil, aproveitar essa brecha para entrar aqui como turista e passar a viver ilegalmente? [...] Um brasileiro ilegalmente fora do país é problema do Brasil, isso é vergonha nossa, para a gente", disse na ocasião. Infelizmente, a aventura de Eduardo Bolsonaro para se tornar embaixador nos EUA foi frustrada por pressões exercidas pelo próprio Itamaraty.
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