O calor excessivo vivido em muitas cidades brasileiras tem gerado uma alta demanda por aparelhos de ar-condicionado, a tal ponto que os varejistas estão encontrando dificuldades para atender seus clientes. Clientes das lojas Magalu e Casas Bahia no Rio de Janeiro, por exemplo, têm saído das lojas sem encontrar o produto que procuram.
Algumas lojas têm lidado com a falta de estoque desde novembro, enquanto outras têm aproveitado para lucrar bastante 'escalando' os modelos que ainda têm disponíveis. Adriano Souza, gerente de uma das lojas da Telerio no centro do Rio, disse que a venda de ar-condicionados ajudou a empresa a atingir um faturamento de R$ 1,3 milhão desde novembro, superando a meta de R$ 1 milhão.
A demanda pelo produto aumentou tanto que algumas lojas, como a Casa & Video, não recebem o aparelho desde novembro. A situação é semelhante na Casas Bahia, onde a reposição não acontece desde 15 de dezembro. 'Acredito que 60% dos clientes entram em busca de ar-condicionado. Todo final de ano o crescimento é gigantesco. As pessoas deixam de manter a manutenção ao longo do ano, e o aparelho acaba não suportando o uso', acrescenta o gerente Denis Fernandes.
A procura por ar-condicionado aumentou 38% no último quadrimestre de 2023 na plataforma Mercado Livre. Em dezembro, o aumento foi de 181% em comparação com o mesmo mês de 2022. A Americanas informou um crescimento de 40% nas vendas de ar-condicionado nos dez primeiros dias de 2024 em comparação com os dez últimos dias de 2023. A falta de equilíbrio entre oferta e demanda resultou em um aumento nos preços dos aparelhos de ar-condicionado.
Lúcio Flávio de Oliveira, presidente do Cieam, que representa a indústria amazonense, disse que a produção de ar-condicionado na Zona Franca de Manaus já retornou ao normal, embora ainda existam obstáculos no desembaraço das mercadorias. Os níveis dos rios da Amazônia começaram a subir em dezembro, melhorando as condições de navegação. No entanto, isso não significa que os preços dos aparelhos de ar-condicionado cairão, porque os reflexos dos problemas logísticos ainda estão aumentando os custos de produção.
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