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Carlos Bolsonaro tenta desviar atenção da investigação da PF com vídeo de Ramagem atacando a Globo

Usando um vídeo antigo no qual Alexandre Ramagem ataca a Globo, Carlos Bolsonaro busca afastar o foco da investigação da Polícia Federal que poderia revelar a participação de ambos na criação de uma Abin paralela e no chamado 'Gabinete do Ódio' sediado em Planalto.

Carlos Bolsonaro, vereador de PL-RJ e amigo próximo de Alexandre Ramagem, está tentando liderar uma reação do seu clã tentando associar a ação da Polícia Federal ao 8 de janeiro. A estratégia de reação implementada por Carlos está sendo implementada a fim de desacreditar e paralisar a investigação da Polícia Federal. Especialmente porque a investigação pode descobrir a atuação de ambos na Abin paralela.

Para apoiar sua reivindicação, Carlos compartilhou um vídeo datado de 15 de março de 2023 na sua conta do Instagram. Este vídeo mostra Ramagem atacando a 'Globo conhecida' pela divulgação de informações referentes ao uso do FirstMile, um programa de espionagem israelense, que a Abin usou para 'monitorar a localização das pessoas por meio do celular'. A fonte das informações é O Globo que as publicou no dia anterior ao vídeo.

O vídeo também foi compartilhado no perfil da rede X, ex-Twitter, do Jair Bolsonaro, que também é administrado por Carlos Bolsonaro. Nele, Ramagem argumenta que quando assumiu a Abin em 2019, ele audita todos os contratos. No entanto, ele não menciona que o software foi adquirido em 2018 por Walter Braga Netto, um general do exército que na época estava no comando do Gabinete de Intervenção Federal na Segurança Pública no Rio de Janeiro.

Evidências da Polícia Federal provam que o software FirstMile adquirido por Braga Netto foi usado ilegalmente pela Abin. Em decorrência disso, não há irregularidades nos contratos da Abin porque simplesmente não há contrato entre eles.

A alegação de Ramagem, agora usada pelo clã Bolsonaro para descreditar a investigação da Polícia Federal, é baseada em reportagem da Fórum. A reportagem detalha uma denúncia feita por Gustavo Bebianno, ex-secretário geral da Presidência, em 3 de março de 2020. Durante uma entrevista no Roda Viva, Bebianno revelou que Carlos Bolsonaro estava em negociações com 'um delegado da PF' para estabelecer a Abin paralela durante os primeiros meses do governo.

Bebianno revela ainda que Carlos Bolsonaro controla o 'Gabinete do Ódio' que opera no Planalto. Bebianno teria avisado ao presidente que as notícias falsas não poderiam ser permitidas no Planalto porque poderiam resultar em juízo político. No entanto, a pressão de Carlos era tão grande que o pai não era capaz de se contrapor ao filho.

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