Suponha que você, precisando de um dinheiro extra, se ofereceu como voluntário para trabalhar no Enem. Diante das dificuldades financeiras, até precisou pegar pequenos empréstimos para cobrir despesas de deslocamento, uma vez que o local de aplicação da prova ficava em outra cidade ou distrito. Apesar de cumprir seu papel como voluntário entre os dias 5 e 12 de novembro, até agora, você ainda não viu a cor do dinheiro.
Essa é atualmente a realidade de voluntários que foram contratados pelo Cebraspe para auxiliar na aplicação do Enem em Pernambuco no ano passado.
Uma das vítimas desse calote é Fábia da Paz, que atuou como Chefe de Sala na Escola Zequinha Barbosa, em Jaboatão dos Guararapes. Ela relatou a situação à nossa equipe e confirmou que essa também é a realidade de outros colegas que trabalharam na operação do Enem.
Segundo Fábia, o calote não se restringe a sua escola ou município, parece ser generalizado em todo o estado de Pernambuco. Muitas pessoas contavam com esse dinheiro. Muitas delas até pediram dinheiro emprestado para cobrir os custos de transporte e alimentação durante os dias de prova. Além disso, Fábia salienta que o Cebraspe não deu qualquer explicação sobre o atraso.
O acordo inicial com o Cebraspe era de que o pagamento seria feito em até 15 dias úteis após o segundo dia de prova, realizado em 12 de novembro. Em seguida, o prazo foi estendido para 30 dias úteis. No entanto, já se passaram 37 dias úteis e o dinheiro ainda não apareceu.
Fábia já teve experiências anteriores com o Cebraspe em concursos menores, e naquele tempo, os pagamentos foram feitos rapidamente. Desta vez, no entanto, a situação é completamente diferente. Segundo ela, a impressão que tem é de que o Cebraspe não está dando conta do recado.
O problema não se limita a Pernambuco. Trabalhadores do Enem na Bahia também relatam atrasos nos pagamentos. Em comunicado, o Cebraspe garante que os pagamentos estão sendo processados, mas sem mencionar a situação em Pernambuco, o que tem preocupado ainda mais os trabalhadores.
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