Consegui apurar que os comandantes militares estarão presentes no evento de segunda-feira que propugna pela defesa da democracia e contra a tentativa de golpe sucedida. Um deles me informou que, embora saibam que serão alvo de críticas dos bolsonaristas, eles irão comparecer ao evento institucional, dada a importância da presença das Forças Armadas, instituição comprometida com a democracia. Eles não participariam se fosse um ato político.
Isso é particularmente relevante dada a tentativa do governo Bolsonaro em persuadir as Forças a apoiarem seu grupo extremista. Ainda que tivessem conseguido algumas adesões, a maioria não foi conquistada, segundo o ministro da Defesa, José Múcio, em entrevista ao GLOBO.
Depois do dia 8 de janeiro do ano passado, eu soube de um esfriamento em relação àqueles dentro das Forças Armadas que apoiavam os movimentos anti-Lula. Foi um longo processo de pacificação que contou com esforços em ambas as partes. E, agora, a presença dos comandantes no ato é crucial para ratificar este compromisso democrático das Forças Armadas, como afirmou alguns militares de alta patente. O ato é convocado pelo presidente Lula, mas representa os Três Poderes.
Já foi informado ao governo que os governadores bolsonaristas não participarão do evento. Entre eles, o governador do estado mais rico da federação, Tarcísio de Freitas, de São Paulo. No passado, todos compareceram ao evento após os acontecimentos traumáticos. Quem não vai está subestimando a gravidade dos eventos, conforme alerta o ministro Alexandre de Moraes em entrevista ao GLOBO.
Um ano se passou e já está mais que provado que se tratou de uma tentativa de golpe. A discussão agora não é mais sobre politicas, mas sobre quem apoia e fortalece a democracia brasileira. A ausência é, certamente, um erro.
Deixe um Comentário!