O plano de CPI que visa investigar o Padre Júlio Lancellotti, que trabalha no centro da cidade de São Paulo, virou motivo de conflito entre Guilherme Boulos, deputado federal pelo PSOL-SP, e o prefeito da cidade, Ricardo Nunes, do MDB. Com ambos pré-candidatos à prefeitura de São Paulo, esta foi a primeira grande discussão política do ano entre eles.
Em sua conta no 'X' (antigo Twitter), Boulos acusou o prefeito, dizendo 'A gestão Ricardo Nunes tem diversos indícios de corrupção: contratos bilionários sem licitação, obras 'emergenciais' superfaturadas, compra de fraldas pelo dobro do custo. E o que Nunes quer que a Câmara investigue? Um padre que dedica sua vida a alimentar os mais pobres. O nome disso é cortina de fumaça. Haja cara de pau'.
Nunes, em resposta ao GLOBO, falou de sua fé cristã e de frequentar missas regularmente, além de já ter conversado com Júlio Lancellotti e outros membros da Igreja Católica. O prefeito se defende das acusações argumentando 'Esse cara (Boulos) é um canalha. Um político de esquerda que defende o ditador da Nicarágua, que manda prender padres e incendiar igrejas, que enxerga no terrorismo do Hamas um exemplo de movimento político, que é um agitador que defende o aborto, quer agora usar a figura de um padre para me atacar e se promover politicamente'.
Os aliados de Boulos associaram o prefeito Ricardo Nunes à possível abertura da CPI das ONGs na Câmara Municipal de São Paulo. Acredita-se que o principal alvo dessa CPI seja o Padre Júlio Lancellotti, visto que o requerimento para a criação e instalação da CPI foi apoiado por vereadores aliados ao prefeito.
Entretanto, o secretário de Assistência e Desenvolvimento Social da cidade de São Paulo, Carlos Bezerra Jr., que é da gestão Nunes, defendeu o Padre afirmando que ele não recebe nenhum recurso público e nem é alvo de denúncias. Bezerra Jr. ainda afirmou que vários vereadores foram 'ludibriados' e retiraram o apoio à proposta.
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