Após 45 dias no cargo, o presidente da Argentina, Javier Milei, demitiu seu ministro da Infraestrutura, Guillermo Ferraro, nesta sexta-feira, 26. A decisão foi tomada devido a notícias da imprensa local, como Clarín e La Nación, que indicavam que Ferraro vazou informações de reuniões interministeriais na Casa Rosada. Em um desses vazamentos, Milei teria feito críticas aos governadores prometendo deixá-los sem nenhum recurso.
Com a saída de Ferraro, há especulações de que o Ministério da Infraestrutura pode ser reformulado como secretaria no âmbito da pasta da Economia. A demissão ocorre logo após uma greve geral, que marcada como a primeira grande manifestação de força da oposição contra Milei, e em um momento de dificuldades para o presidente para conseguir a aprovação de um megaprojeto de lei conhecido como 'lei Omnibus'.
Mesmo com a vitória política na quarta-feira, com o apoio da maioria, o governo optou por adiar a sessão na Câmara dos Deputados para ter mais tempo para negociar com a oposição. Vale ressaltar que cem dos 664 artigos do pacote foram alterados, o que revela a resistência da classe política em conceder poderes tão amplos para Milei, principalmente no início do governo.
Entre os pontos que foram modificados, está o fim da obrigatoriedade de privatização da petroleira YPF e a retirada do artigo que determinava que a reunião de mais de três pessoas em espaço público seria considerada uma manifestação e necessitaria de autorização do ministério da segurança para acontecer.
As mudanças na lei Omnibus levou a CGT, principal central sindical da Argentina de orientação peronista, a convocar uma greve geral também na quarta-feira. As manifestações, de acordo com a CGT, reuniram 1,5 milhão de pessoas em todo o país, incluindo 350.000 só na capital, Buenos Aires. O governo, por sua vez, contesta esse número, afirmando que apenas 40.000 pessoas se juntaram aos protestos na cidade.
O clima foi tenso, principalmente em Buenos Aires. Diversas centrais sindicais, trabalhadores da saúde e funcionários públicos aderiram à paralisação. Em uma publicação nas redes sociais, a ministra da segurança, Patricia Bullrich, classificou os organizadores da greve como 'mafiosos' e declarou que são 'sindicalistas, gerentes da pobreza, juízes cúmplices e políticos corruptos, todos defendendo seus privilégios'.
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