O ex-deputado Antônio Celso Garcia, conhecido como Tony Garcia, trouxe à tona revelações impactantes em seu depoimento à Polícia Federal (PF), apontando um suposto agente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) como interlocutor de Sergio Moro em ações ilegais relacionadas à Operação Lava Jato.
As denúncias envolvem práticas como coação, chantagem e constrangimento ilegal de autoridades que não concordavam com os métodos adotados na operação.
Garcia, que atuou como agente infiltrado de Moro ao assinar um acordo de delação premiada, revelou que o então juiz o orientou a se encontrar com uma pessoa que se apresentava como agente da Abin. Essa figura, identificada como "Wagner" e que ostentava outros documentos com nomes diferentes, seria o elo para repassar ordens relacionadas a coação, chantagem e constrangimento ilegal de autoridades.
O depoimento de Tony Garcia, registrado no relatório da PF, descreve uma série de encontros com "Wagner", totalizando aproximadamente sessenta vezes. Nessas ocasiões, Garcia afirma que cumpria missões designadas por Moro, incluindo a entrega de números de telefone de pessoas destinadas a interceptação telefônica.
A PF destaca que Garcia forneceu uma "vasta documentação" como prova, contendo mais de 7 mil páginas, e solicita diligências para identificar a pessoa que se apresentava como "Wagner" e esclarecer as atividades investigativas por ele realizadas.
Além disso, o ex-deputado apontou a suposta existência de medidas invasivas no âmbito da Lava Jato, incluindo a realização de escutas ambientais e a exigência de entrega de gravações clandestinas de eventos sem relação com o objeto de seu acordo.
As denúncias de Garcia também abordam a cooptação de colaboradores pré-selecionados, negociações espúrias para homologação de acordos de colaboração premiada direcionados e a existência de chantagens, coações, ameaças e constrangimentos para manutenção de seu acordo de colaboração premiada.
O processo contra Sergio Moro, sua esposa Rosângela Wolf Moro e procuradores da Lava Jato foi mantido em sigilo de Justiça pelo ministro Dias Toffoli.
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