A Controladoria-Geral da União (CGU) desligou oficialmente Luciano de Freitas Musse na sexta-feira (12), ex-gerente de projetos da secretaria-executiva do Ministério da Educação (MEC) durante o governo de Jair Bolsonaro. Musse foi apontado como partícipe em um esquema fraudulento operado por pastores acusados de criar um 'gabinete paralelo', que chegou ao ponto de negociar ouro como propina para a liberação de recursos para as prefeituras.
Embora Musse tenha sido exonerado em março de 2022 após o então ministro Milton Ribeiro pedir demissão, a CGU agora decretou que ele está proibido de ocupar qualquer cargo público no Poder Executivo por oito anos.
A investigação da CGU focou na participação de Musse com os pastores Gilmar Silva dos Santos e Arilton Moura Correia, acusados de extorquir prefeitos em troca de verbas do MEC. A partir de 2021, os pastores negociavam com prefeituras a alocação de recursos federais para infraestruturas educacionais e tecnológicas.
Testemunhas confirmaram à CGU que Musse atuava como uma espécie de segurança do grupo. Foi descoberto que ele recebeu passagens e foi hospedado pela prefeitura de Piracicaba (SP) para participar de um evento organizado pelos pastores, apesar de sua afiliação oficial ser com o MEC.
Luciano Musse foi preso preventivamente em Goiânia na Operação Acesso Pago da Polícia Federal em junho de 2022, sob suspeitas de 'tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos'. A mesma operação também resultou na prisão de Milton Ribeiro, Gilmar Santos e Arilton Moura, que foram soltos após a revogação da decisão por Ney Bello, desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).
Um áudio vazado em março de 2022 revelou Milton Ribeiro confessando que o ex-presidente Jair Bolsonaro orientou o MEC a priorizar os pedidos de recursos feitos pelo pastor Gilmar Silva dos Santos. A investigação desse 'gabinete paralelo' levou à descoberta de que Arilton Moura exigiu um quilo de ouro - equivalente a R$ 300 mil - como propina para a liberação de verbas. Quando o esquema foi exposto, Ribeiro negou envolvimento mas resignou ao posto uma semana depois para evitar maiores danos à campanha de reeleição de Bolsonaro.
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