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Escândalos enfraquecem o bolsonarismo: o que aconteceu com os investigados pelo ataque de 8/1?

Um ano após a invasão da Praça dos Três Poderes, as figuras investigadas tomam rumos diferentes e seguem seu destino sob vigilância da justiça.

Na esteira das investigações sobre os atos golpistas de 8 de janeiro, alguns personagens, como o ex-ministro Anderson Torres e o tenente-coronel Mauro Cid, figuras cativas do ex-presidente Jair Bolsonaro, tiveram suas vidas investigadas. Ambos passaram um bom tempo atrás das grades, mas agora se encontram em liberdade, cada um seguindo seu caminho após a confrontação na Praça dos Três Poderes: Cid agora coopera com a justiça por meio de um acordo de delação premiada, enquanto Torres se fendefende de qualquer ilegalidade.

Essas investigações também voltaram os olhos para o governador Ibaneis Rocha e o comando da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF). Ibaneis foi temporariamente removido do poder, mas acabou reassumindo. Fábio Augusto Vieira, ex-comandante, foi preso duas vezes e permanece detido, assim como outros seis oficiais. As dificuldades em levar as pessoas no poder às barras da justiça estão vindo à tona: enquanto aqueles que executaram os atos estão sendo julgados, as denúncias contra o alto comando da PM ainda aguardam análise do Supremo Tribunal Federal (STF). Nem Anderson Torres, nem Mauro Cid, nem Ibaneis Rocha foram formalmente acusados.

Anderson Torres, que foi ministro da Justiça sob Bolsonaro e secretário de Segurança do Distrito Federal no momento dos atos, caiu no olho dos investigadores por estar nos Estados Unidos no dia do ataque. Ibaneis Rocha demitiu Torres logo após e no mesmo dia, pelo ministro Alexandre de Moraes, foi emitido um mandado de prisão. Após sua volta ao Brasil no dia 14, Torres foi preso e ficou enjaulado em uma cela do batalhão da Polícia Militar (PM). Após ter negados dois pedidos de liberdade, ele finalmente foi solto por Moraes em meados de maio, depois de passar 117 dias na cadeia. Desde então, ficou recluso e evitou aparecer em público, negando todas as acusações. No entanto, ele foi alvo de um indiciamento pedido por uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) no Congresso.

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, inicialmente não estava implicado nos atos golpistas. A situação mudou após sua prisão, em maio, por um caso de fraude de cartão de vacina. No seguimento de uma série de outras investigações contra o militar e sua família, Cid decidiu cooperar com a justiça através do acordo de delação premiada ratificado em setembro pelo mesmo ministro Alexandre de Moraes, que também determinou sua soltura.

O governador Ibaneis Rocha gerou controvérsias ao convidar Torres para retornar à Secretaria de Segurança, após sua passagem pelo governo Bolsonaro e por autorizar a manifestação na Esplanada dos Ministérios. Ele foi afastado do cargo por Moraes no dia dos atos. Ibaneis não foi objeto de nenhum pedido de indiciamento nos inquéritos do Congresso e, embora indiciado formalmente, ele não enfrentou nenhum processo ainda.

O coronel Fábio Augusto Vieira, que era o comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal no dia do ataque, exonerado do cargo no dia seguinte, foi preso duas vezes. Vieira e outros seis oficiais estão presos atualmente. A denúncia feita pela PGR ainda não foi analisada pelo STF.

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