Documentos obtidos por meio da LAI revelam que os militares entraram em contato com a Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República, com dúvidas sobre possíveis conflitos entre a quarentena e os convites de trabalho vindo da iniciativa privada.
General Marco Antônio Freire Gomes, acusado de obstruir o desmonte do acampamento golpista na sede do governo em Brasília, teria recebido convite da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin). Na consulta feita à CEP em 20 de março do ano passado, três meses depois de deixar o comando do Exército, ele admitiu ter tido acesso a informações privilegiadas na área de Defesa e a planos de desenvolvimento do país, o que poderia resultar em conflito de interesse.
Apesar da continuação da quarentena, Freire Gomes recebeu um pagamento de R$ 58.690,42 brutos como civil, além de R$ 37.792,02 que recebe como general da reserva. A Abrablin, no entanto, nega qualquer convite ou sondagem feita à Gomes.
Almir Garnier Santos também alega ter sido sondado para trabalhar como consultor no Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Simde). Entre março e junho de 2023, Garnier recebeu R$ 107.084,88 brutos, relativos ao período de quarentena, além de sua pensão como militar da reserva, que é de R$ 35.967,57 mensais.
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