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Foro privilegiado envolvido na morte de Marielle? Entenda o que aponta a delação de Ronnie Lessa

Em delação feita por Ronnie Lessa, acusado de disparar contra a vereadora Marielle Franco, há indicações de que o mandante do crime possa ter foro privilegiado. Essa delação, que atualmente está no STJ, vinha sendo negociada desde que a Polícia Federal assumiu o caso em 2023 e foi finalmente acordada no fim do mesmo ano.

O processo de delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa não foi rápido. Lessa é o principal suspeito de ter executado a vereadora Marielle Franco (PSOL). Logo que a Polícia Federal assumiu o caso, em fevereiro de 2023, já havia concessões para que Lessa revelasse o responsável por ordenar o crime. No final de 2023, a delação foi firmada e encaminhada para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), sugerindo que o mandante do crime possua foro por prerrogativa de função.

Conforme informações expostas pelo jornalista Lauro Jardim, a delação de Lessa, que acontece pouco antes de o crime completar seis anos, em 14 de março, pode ser a chave para a conclusão do caso. No entanto, será necessário que os agentes federais do Grupo Especial de Investigações Sensíveis (Gise) verifiquem a veracidade das informações fornecidas pelo ex-policial.

Antes da delação de Lessa, a Polícia Federal já havia obtido uma delação do ex-PM Élcio de Queiroz, que confessou ser o motorista do carro usado na emboscada contra a vereadora. Em seu depoimento, Élcio mencionou Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), insinuando seu envolvimento no crime. Com Brazão possuindo foro privilegiado, é possível que Lessa tenha citado seu nome em sua delação, que está aguardando análise do ministro Raul Araújo, do STJ.

Anteriormente, Brazão foi alvo de investigações por diferentes grupos, entre eles a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio e a própria Polícia Federal, porém não foram encontradas evidências concretas contra ele.

Atualmente à frente da PF, Almada nomeou o Gise para identificar o mandante do crime, sob a direção do então ministro da Justiça Flávio Dino e do presidente Lula. Recentemente, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, estabeleceu o prazo até março para a resolução do caso.

Foi procurada uma resposta do conselheiro Domingos Brazão, que expressou sua fé na Justiça e reforçou seu interesse em ver o caso resolvido, dizendo: 'Depois das famílias de Marielle e Anderson, posso garantir que os maiores interessados na elucidação do caso somos eu e minha família. Tenho fé que, se houver mesmo essa delação, que, graças a Deus, isso termine logo.'

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