No dia 4 de novembro, Taislaine Santos se preparava para curtir uma festa de Carnaval na cidade de Aracaju. Por volta das 16h30, três homens a abordaram, questionando sobre sua identidade. Embora estranhasse a situação, Taislaine forneceu todos os dados solicitados, incluindo informações sobre sua mãe e seu local de residência.
Após vérificar seus dados, os três homens disseram ser policiais civis disfarçados e que o sistema de reconhecimento facial a apontava como uma suspeita procurada pela Justiça. Chocada, Taislaine passou um aperto e desabou em lágrimas. Um dos policiais tentou acalmá-la, verificou a foto da suspeita e confirmou que Taislaine não era a pessoa que procuravam.
Auxiliar administrativa pensou que a situação havia sido resolvida, mas por volta das 18h30m, presenciou um novo pesadelo. Ao passar por um carro da Polícia Militar enquanto curtia a apresentação do trio de Ivete Sangalo, foi abordada novamente. 'Eles não perguntaram meu nome nem meu documento. Jogaram meu copo no chão, pegaram meu celular e me algemaram', conta ela, que diante do susto, acabou urinando nas calças.
Após ser colocada em um camburão e levada a uma tenda com outros policiais, Taislaine novamente teve que confirmar sua identidade. Após a verificação, eles perceberam o engano e após certificar que ela não seria mais abordada, perguntaram se ela desejava voltar para o evento. Mas tudo que Taislaine queria era ir para casa, desejo que foi atendido pelos policiais. Mesmo assim, a jovem lamenta: 'Não pediram desculpa em momento algum. Disseram que foi um erro, mas não pediram desculpas.'
Em casa e ainda abalada, Taislaine foi orientada pelo primo a registrar um boletim de ocorrência. Diante da negativa da delegacia em registrar o B.O. contra a PM, foi orientada a procurar a corregedoria. 'Vou entrar com processo contra o Estado. Quis expor a situação porque muita gente já foi humilhada publicamente e isso não pode ficar imune.'
Na sequência do ocorrido, diversos responsáveis pelo evento e pela segurança pública, incluindo o governador e o secretário de Segurança Pública, pediram desculpas pessoalmente a Taislaine. 'Existe, sim, erro neste sistema, eles precisam aprimorar.', pontua.
Apesar do alívio das desculpas, Taislaine ainda vive o receio de ser reconhecida erroneamente novamente e não sente segurança para frequentar festas ou mesmo viajar. Por conta do trauma, ela começou sessões de acompanhamento psicológico. 'Vira e mexe fico revivendo, lembrando o que houve.', diz ela com um tremor na voz.
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