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Giuliano Manfredini busca barrar uso de música de Renato Russo por apoiantes de Bolsonaro no TikTok

O filho de Renato Russo, Giuliano Manfredini, demanda do TikTok a remoção de vídeos de bolsonaristas usando a música 'Que País É Este' por contrariar os princípios defendidos por seu pai.

Giuliano Manfredini, personalidade do mundo da produção cultural e filho do renomado músico Renato Russo, encaminhou uma notificação extrajudicial ao TikTok, rede social pertencente à empresa ByteDance. O produtor solicita a retirada de vídeos postados na plataforma por seguidores do governo Bolsonaro que fazem uso da canção 'Que País É Este' como pano de fundo.

Na notificação, Manfredini ressalta que o teor dos vídeos vai ao encontro de uma orientação política e ideológica completamente distinta dos valores que seu pai sempre defendeu e criticou. O desejo expresso é de evitar que a clássica música da Legião Urbana seja ligada a posicionamentos de direita, em particular os que apoiam o governo Bolsonaro.

'Como guardião do legado de seu pai, Giuliano não tem qualquer interesse em ver essa música associada a um lado específico do cenário político. Ele deseja impedir que a canção se transforme em um símbolo do bolsonarismo, uma posição com a qual ele não concorda', afirmou Henrique Venturelli, advogado da firma Furtado de Oliveira Advogados que representa Giuliano Manfredini. 'Esperamos que o TikTok atenda à nossa solicitação. Caso não tenhamos êxito, certamente vamos optar pelo caminho judicial', acrescentou o advogado em nota.

Renato Russo escreveu a canção 'Que País É Este' em 1978, durante sua passagem como vocalista da banda de punk rock Aborto Elétrico. A música, que fazia críticas severas à realidade política e social do Brasil, se tornou um hit entre os jovens da época. Em 1987, a canção foi nomeada pela Rolling Stone Brasil como a segunda maior música brasileira de todos os tempos.

Manfredini questionou postagens frequentes entre os bolsonaristas, tais como 'comunista Flávio Dino é aprovado em sabatina e irá para o STF', 'o Brasil não tem mais conserto' e 'milhões de votos silenciados', que dizem respeito à decisão que impede Jair Bolsonaro (PL) de se candidatar novamente. Ele identificou, ao menos, sete perfis do TikTok que compartilhavam postagens com imagens do ex-presidente e pediu à plataforma que fornecesse os dados cadastrais e registros de IPs de cada um deles.

Ainda segundo a colunista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, até o presente momento a assessoria de imprensa do TikTok não respondeu às solicitações e à notificação extrajudicial enviada por Giuliano Manfredini.

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