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Governador Tarcísio despreza estudos e critica câmeras corporais em policiais

Em 2023, o governo de São Paulo cortou mais de R$ 15 milhões do programa 'Olho Vivo'. Pesquisas comprovam que o uso de câmeras corporais em policiais diminui a taxa de mortes causadas pelos mesmos.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), demonstrou ceticismo quanto à eficácia das câmeras corporais em policias durante sua participação no programa Bom Dia SP, da TV Globo, e afirmou que não investirá no projeto.

Em 2023, o governador já havia manifestado que a ampliação do programa 'Olho Vivo' não se enquadrava em suas prioridades, cortando do projeto um investimento de R$ 15,2 milhões.

'Não cancelamos nenhum contrato. Todavia, precisamos questionar qual é a real eficácia das câmeras corporais para a segurança do cidadão?', indagou Tarcísio durante a entrevista.

O 'Olho Vivo' foi implementado em 2020 por João Doria, seu antecessor no cargo de governador. Um ano após a implementação do programa, estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) atestaram seu sucesso, revelando que o número de mortes causadas por policiais diminuiu em 80% após o uso das câmeras, comparado ao mesmo período de tempo antes da implementação da medida.

Seguindo uma linha de pensamento diferente, Tarcísio pretende investir em monitoramento, que, apesar de custoso, seria o melhor uso dos recursos para garantir a segurança cidadã, segundo o governador.

Ele também aposta no aumento do policiamento ostensivo como uma maneira eficaz de reduzir a criminalidade, aliada a um investimento em iluminação pública para desencorajar atividades criminosas.

No final de dezembro de 2023, o Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, liberou os policiais da obrigatoriedade do uso de câmeras, ainda que veja o equipamento como uma ferramenta que 'aumenta a transparência nas operações, coíbe abusos por parte da força policial e reduz o número de mortes nas regiões em confronto'. Entretanto, o ministro acredita que uma intervenção da Suprema Corte é descabida no momento.

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