A Polícia Militar, em uma coletiva de imprensa na última sexta-feira (12), constatou que não há sobreviventes na aeronave, modelo Robinson R44, que desapareceu desde o dia 31 de dezembro ao decolar de São Paulo para Ilhabela, no litoral norte de São Paulo. Os destroços da aeronave foram localizados em uma área de floresta em Paraibuna, na Serra do Mar.
As vítimas identificadas na aeronave são o empresário Raphael Torres, de 41 anos, a vendedora Luciana Marley Rodzewics Santos, de 46 anos, sua filha Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, de 20 anos, e o piloto Cassiano Tete Teodoro.
As operações de busca, que foram realizadas desde o início do ano, incluíram aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB), da Polícia Militar e Polícia Civil, com o apoio de equipes do Exército. Os familiares do piloto e a empresa CBA Investimento, também se mobilizaram em buscas terrestres, com o auxílio de drones, binóculos e outras ferramentas, contando com a participação de aproximadamente 20 mateiros.
Durante o trajeto, foi relatado que Raphael Torres alertou seu filho sobre as condições climáticas desfavoráveis em Ilhabela, e indicou a possibilidade de mudança de rota para Ubatuba. Letícia, filha de Luciana, também informou ao seu namorado sobre o mau tempo na região.
Informações divulgadas pela Folha de S. Paulo revelam suspeitas de que os passageiros estavam sendo transportados por um serviço ilegal de táxi aéreo. Em setembro de 2021, o piloto Cassiano Teodoro teve suas habilitações e licença cassadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) por transporte aéreo clandestino, fraudes em planos de voo e após conseguir escapar de uma fiscalização. Cassiano conseguiu uma nova licença em outubro de 2021, após cumprir um período de afastamento de dois anos. Porém, segundo a Anac, ele não estava autorizado a realizar voos com passageiros.
A empresa responsável pela operação do helicóptero também não possuía permissão para realizar o transporte aéreo de passageiros. Em 2022, devido à atividade ilegal de Teodoro no setor aéreo, o Ministério Público Federal aconselhou diversas companhias aéreas a evitar o aluguel de aeronaves para empresas associadas a Cassiano Teodoro. Entretanto, a defesa de Teodoro argumenta que a punição contra o piloto foi indevida e que irregularidades foram cometidas por fiscais da Anac durante uma fiscalização.
Deixe um Comentário!