O aplaudido diretor brasileiro, Kleber Mendonça Filho, responsável por obras-primas como 'Bacurau' e 'Retratos Fantasmas', tornou-se o porta-voz de uma iniciativa que já conta com o apoio de mais de 300 artistas de várias partes do mundo, segundo a revista Variety. O grupo emergiu em resposta à decisão do presidente argentino, Javier Milei, de reduzir significativamente os investimentos financeiros direcionados à indústria cinematográfica do país, dando origem à coalizão 'Cine Argentino Unido'.
Recentemente, órgãos cruciais para o desenvolvimento cinematográfico argentino, como a Escola Nacional de Experimentação e Realização Cinematográfica (ENERC) e o Instituto Nacional de Cinema e Artes Audiovisuais (INCAA), foram desmantelados por meio de um decreto do governo, causando grande indignação entre os profissionais do cinema. 'A Argentina sustentou, desde 1944, uma indústria cinematográfica próspera, diversificada e dinâmica graças à regulamentação e incentivo de instituições estatais, alimentadas pelos recursos gerados pela própria indústria audiovisual', afirmou a recém-criada coalizão em seu manifesto.
O grupo destacou ainda: 'Hoje, a indústria cinematográfica argentina emprega inúmeras pessoas, além de formar profissionais que contribuem com coproduções em todo o mundo... Nenhum desses feitos seria possível sem políticas públicas voltadas para a promoção da cultura e sem a Lei do Cinema, que destina fundos específicos para a atividade.'
A petição carrega nomes de peso do setor, como os atores Gael García Bernal, estrela de 'Mozart in the Jungle', Diego Luna, que trabalhou em 'Andor', e prestigiosos cineastas laureados com o Oscar como Pedro Almodóvar, mente por trás de 'Dor e Glória', e Alejandro González Iñárritu, responsável por 'O Regresso'.
Segundo o texto da petição, 'A indústria cinematográfica argentina é próspera, proporciona milhares de empregos, exporta conteúdo e atrai investimentos estrangeiros. A efetivação desta política teria um impacto devastador, incalculável e irreversível em toda a cultura e soberania nacional, com repercussões especialmente severas para os trabalhadores das indústrias culturais, gerando um alto índice de desemprego.'
Entretanto, ainda há esperança. Em entrevista à Variety, a cineasta Celina Morga, membro da coalizão, revelou que o grupo está em contato com membros do parlamento argentino para impedir a aprovação do polêmico decreto de Milei, que ameaça a indústria cinematográfica argentina.
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