O atual passaportes diplomáticos concedidos pelo presidente Jair Bolsonaro à esposa e ao filho do deputado federal Chiquinho Brazão são apenas uma fragmento das conexões entre as duas famílias. Ambas compartilham uma relação longa com a milícia da região de Rio das Pedras, na zona Oeste do Rio de Janeiro.
Domingos Brazão, também integrante desta teia, é apontado por testemunhas como o autor intelectual do assassinato da vereadora Marielle Franco. Em 2006, Brazão teceu elogios a Flávio Bolsonaro em plenária na Alerj. 'Vossa excelência é um deputado jovem e, mesmo assim, percebe-se, não somente pelas suas afirmações de hoje, mas pela sua postura em plenário, que vossa excelência procura preservar o que há de melhor, a maior instituição, que é a família'
A devoção de Brazão a Bolsonaro continuou firme em vários projetos apresentados na Alerj. Brazão foi o relator do polêmico projeto do filho do presidente para implementar o programa Escola Sem Partido no estado do Rio de Janeiro. No mesmo ano, Brazão e Flávio votaram juntos na Comissão de Constituição e Justiça da casa.
A ligação entre os dois políticos se estende até as milícias cariocas. Ambos se posicionaram contra a CPI das Milícias em 2006, demonstrando um alinhamento de interesses. O elo vai mais além, já que as ex-mulher e mãe de Adriano da Nóbrega, que comandava o Escritório do Crime, foram empregadas no gabinete de Flávio na Alerj.
O próprio Ronnie Lessa, o delator de Brazão no caso Marielle, morava perto da residência da família Bolsonaro. No livro 'A República das Milícias', o escritor Bruno Paes Manso aponta que Lessa mantinha contatos com o Escritório do Crime e com milicianos de Muzema.
Outro aliado de Brazão é Luciano Silva de Souza, que em 2019 assumiu o cargo de subdiretor da TV Alerj com o apoio de Brazão. Souza, que trabalhou em várias campanhas do PSL, tornou-se responsável por um contrato de quase R$ 10 milhões anuais com a empresa terceirizada Digilab, ampliando a teia de conexões entre Flávio Bolsonaro e o clã Brazão.
Deixe um Comentário!