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Lula dá um basta à ‘emenda das trevas’ de Eduardo Bolsonaro

Proposta caricata apresentada pelo filho do ex-presidente à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é rechaçada por Lula.

Nesta terça-feira (2), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovou, com vetos, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que dentre outras prescrições, exige o equilíbrio das contas nacionais e um teto de R$ 4,9 bilhões para o Fundo de Campanha Eleitoral.

Dentre as partes rejeitadas por Lula, está uma emenda proposta pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), conhecida como 'emenda das trevas', por seu conteúdo retrógrado.

A item vetado proibia o governo de fazer investimentos que fomentassem a invasão ou ocupação de terras, a interrupção da gestação ou que contradissesse o conceito de 'família tradicional'.

O trecho, que foi considerado inconstitucional, propunha a restrição de financiamentos ou incentivos para ocupação de propriedades rurais privadas, ações que incluíssem crianças e adolescentes como parte da comunidade LGBTQIA+, projetos que pudessem abolir o conceito de 'família tradicional', cirurgias de alteração de sexo em crianças e adolescentes transgêneros e procedimentos abortivos, com exceção às situações previstas por lei.

A LDO, que orienta a formulação do Orçamento de 2024 e estipula parâmetros para a distribuição de verbas, foi aprovada no Congresso em 19 de dezembro, buscando salvaguardar as metas do Plano Plurianual (PPA).

A Lei estabelece que o déficit primário deve chegar a zero em 2024, sugerindo que os gastos federalizados não devem ultrapassar o valor arrecadado, e para atingir essa meta, o governo pretende obter R$ 168 bilhões a mais em receita este ano.

A LDO também marca um limite de R$ 4,9 bilhões para o Fundo Eleitoral, que será direcionado aos partidos políticos nas eleições municipais de 2024. Logo após a aprovação da LDO, os parlamentares aprovaram, dia 22 de dezembro, o projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2024, com despesas totais estimadas em R$ 5,5 trilhões.

Dentre as regras para a designação de emendas parlamentares traçadas pela LDO, trechos relacionados ao prazo para distribuição de emendas compulsórias foram vetados por Lula. O presidente justificou os vetos alegando que os artigos vão além do escopo da LDO e violam a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Foram negadas também medidas como a utilização de recursos do Fundeb para despesas não vinculadas à educação básica, encaminhamento de verbas da União para infraestrutura estadual e municipal, aplicação de recursos para entidades privadas sem fins de lucro, e reserva de 30% das verbas de programas habitacionais para municípios com até 50 mil habitantes.

Lula ainda vetou uma outra proposta da LDO que sugeria o planejamento de ações voltadas ao bem-estar animal pelo Ministério do Meio Ambiente, por ser considerada inadequada aos objetivos da lei.

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