O chefe de estado, Luiz Inácio Lula da Silva, decidiu desistir de suas investidas para colocar o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, à frente da gigante mineradora Vale. Informações indicam que Mantega deverá fornecer uma confirmação pública de sua decisão de não buscar um papel executivo na empresa por meio de uma carta.
Indivíduos do governo expressaram a expectativa de que a renúncia de Lula será reconhecida pelos acionistas privados da empresa, indicando que um substituto para o atual CEO, Eduardo Bartolomeo, precisará ser nomeado. A administração de Lula tem se mostrado contrária à permanência de Bartolomeu.
Desde que Lula retomou o cargo de presidente no ano passado, tem havido rumores no corredor do poder de que ele pretendia nomear Mantega para o papel de liderança na Vale. No entanto, nos últimos dias a influência do governo na mineradora diminuiu em comparação com seus predecessores.
A Vale, uma das maiores mineradoras do mundo, passou por uma reestruturação societária significativa no final de 2020, tornando-se uma corporação com capital distribuído e sem um controlador definido. Nenhum acionista possui poder suficiente para ditar o curso da empresa, que foi privatizada em 1997.
Essa reestruturação encerrou uma parceria de acionistas que durou mais de duas décadas desde a privatização da empresa. Sob esta estrutura, o governo, representado principalmente pelo BNDES e Previ, tinha uma influência mais direta na gestão da Vale. No entanto, após a reestruturação final do ano passado, a influência direta do governo diminuiu.
A reestruturação societária da Vale levou ao fim do acordo de acionistas que nossa companhia manteve por mais de duas décadas após sua privatização. Este acordo serviu para balancear os interesses dos acionistas privados - o Banco Bradesco e o conglomerado japonês Mitsui - com os do governo - que mantinha posições relevantes através do BNDES e fundos de pensão de estatais como a Previ. O poder direto do governo sobre a Vale diminuiu ao longo dos anos, com o BNDES eliminando totalmente sua participação e a Previ também reduzindo sua fatia.
Mesmo que a Previ continue sendo o maior acionista individual, com uma participação direta de 8,7%, o número de votos que controla não é suficiente para eleger um grande número de membros no Conselho de Administração ou para aprovar os nomes dos CEOs numa assembleia de acionistas.
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