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Lula disposto a esclarecer veto aos R$ 5,6 bilhões no orçamento a líderes partidários

No programa 'Metrópole', apresentado por Mario Kertész, o Presidente Lula discute sobre o veto às emendas parlamentares no orçamento-geral da União.

Em um pronunciamento nesta terça-feira (23), o presidente Lula declarou que irá dialogar com as lideranças partidárias a respeito do veto aos R$ 5,6 bilhões em verbas voltadas para as emendas parlamentares no orçamento-geral da União. Durante uma entrevista à rádio Metrópole, em Salvador, Lula manifestou sua satisfação com a relação estabelecida com o Congresso, apesar de algumas de suas decisões terem sido derrubadas pelos parlamentares em seu primeiro ano de mandato.

Lula enfatizou sua constante negociação com o Parlamento, expressando que teve que vetar R$ 5,6 bilhões de emendas. 'Tenho o maior prazer de juntar lideranças e explicar por que foi vetado'. O presidente foi enfático ao relembrar que o ex-presidente Bolsonaro não possuía a capacidade de governar. 'Quem governava era o Congresso. Ele não tinha sequer capacidade de discutir o orçamento porque não queria ou não fazia parte da lógica dele. Queria que os parlamentares fizessem o que quisessem', declarou.

Lula sinalizou que, ao apresentar um projeto ao Congresso, não espera que ele seja aprovado exatamente como proposto originalmente, e que anseia que o texto seja aprimorado pelos parlamentares. 'Isso aumenta nossa necessidade de conversar com as pessoas. Quando mando um projeto de lei para o Congresso, não quero que os deputados aceitem com muita facilidade e aprovem. Mando com a expectativa de que vão ser contra, vão ser a favor, que vão apresentar emendas', ressaltou.

O presidente também minimizou os vetos presidenciais que foram derrubados. 'Ah, mas derrubaram o marco temporal, derrubaram o veto. Sabia que ia derrubar, mas vetei por uma questão política. Era preciso que a sociedade soubesse que derrubei o veto. Agora vamos ficar com a decisão do Judiciário', argumentou. 'As coisas [com o Congresso] estão indo bem. Se não 100%, mas um percentual razoável, 70%, 80% do que a gente quer', ele adicionou.

O veto de R$ 5,6 bilhões às emendas de comissão deve gerar mais uma sede de tensão e negociação do governo Lula com o Congresso. O orçamento indicava o montante de R$ 16,7 bilhões para as emendas de comissão. De acordo com o senador Randolfe Rodrigues, líder do Governo no Congresso, o motivo para o veto foi técnico: a inflação de 2023 terminou abaixo do esperado. Com a queda da inflação, os recursos disponíveis para o Orçamento diminuíram. 'Tendo inflação menor, por consequência, temos uma previsão de receita menor. Isso impôs a necessidade de termos alguns vetos. É o que aconteceu com os recursos de comissão aprovados pelo Congresso', disse Randolfe.

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