Completando um ano desde a infame tentativa de golpe em 8 de Janeiro de 2023, os especialistas e autoridades concordam que a grande vitória do governo foi a negação da convocação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) pelo presidente Lula. A GLO é uma ação militar potencialmente perigosa que permite aos membros das Forças Armadas assumir o controle da segurança pública.
No último domingo (7), em um documentário exibido parcialmente no Fantástico da TV Globo, Lula revelou que a sugestão de rejeitar a GLO partiu de Rosângela Silva, a Janja. Ela aconselhou a não utilizar os militares para reprimir os golpistas que estavam devastando o Supremo Tribunal Federal (STF), o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto.
Durante o documentário, Lula cita: 'Foi a Janja que apontou: 'Não aceita a GLO porque GLO é tudo o que eles querem. É tomar conta do governo'. Se eu desse autoridade pra eles, teria entregado o poder para eles'.
A posição de Janja foi corroborada por Edinho Silva, prefeito de Araraquara, que estava com o presidente Lula no momento dos atos golpistas. Ele reitera que Janja foi firme na recusa da GLO, acreditando que convocá-la seria o mesmo que entregar o governo aos militares.
Diante disso, uma operação foi realizada, coordenada pelo Ministro da Justiça, Flávio Dino, que nomeou um interventor de segurança do Distrito Federal e deu comando à Polícia Militar. A PM estava à deriva sem a presença do então secretário de segurança pública, o ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres, que estava de férias nos Estados Unidos.
No evento Democracia Inabalada, que será realizado nesta segunda-feira (8), Lula e Janja irão refletir sobre a resistência das instituições durante a tentativa de golpe do ano passado.
Embora o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e aliados de Bolsonaro, como Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos-SP) e Jorginho Mello (PL-SC), não estejam presentes, outros representantes importantes da política brasileira como os presidentes do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do STF, Luís Roberto Barroso, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes e Fátima Bezerra (PT-RN), governadora do Rio Grande do Norte, participarão do ato.
Na noite de domingo, o Congresso Nacional foi decorado com uma projeção da bandeira do Brasil e a frase 'Democracia nos une', refletindo a união dos brasileiros em defesa da democracia.
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