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Lula se posiciona em favor da África do Sul contra genocídio de Israel em Gaza; Julgamento no Tribunal de Haia é iniciado

A África do Sul alega na Corte Penal Internacional que os atos de agressão de Israel aos palestinos na Faixa de Gaza evidenciam uma tentativa clara de genocídio, declaração apoiada pelo presidente brasileiro, Lula.

Em um comunicado divulgado na noite de quarta-feira (11), o Itamaraty confirmou que o presidente brasileiro Lula demonstrou seu apoio à ação da África do Sul na Corte Criminal Internacional (ICC, na sigla em inglês), que acusa Israel de genocídio contra os palestinos na Faixa de Gaza.

O presidente brasileiro expressou seu apoio à medida da África do Sul, pedindo à Corte Internacional de Justiça que instrua Israel a cessar imediatamente quaisquer ações que possam ser interpretadas como genocídio ou crimes relacionados em conformidade com a Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio, em meio à aparente violação do direito internacional humanitário.

A Corte Penal Internacional de Haia, localizada em Haia, na Holanda, iniciou a ação da África do Sul na quinta-feira (11). Na ação, o país africano apresentou suas razões para a condenação de Israel, utilizando declarações públicas de políticos, líderes religiosos conservadores e oficiais militares israelenses como evidências para enfatizar que Israel pretende dizimar os palestinos em Gaza. Israel deve responder às acusações na sexta-feira (12).

O ambicioso bombardeamento de Israel em Gaza ao longo dos últimos 96 dias, que resultou em várias vítimas civis, incluindo uma alta porcentagem de mulheres e crianças, foi destacado pelo representante sul-africano na Corte Penal Internacional.

O representante sul-africano descreveu a situação em Gaza como desastrosa, detalhando os horrores de corpos sendo enterrados em valas comuns após ataques em hospitais que abrigavam bebês, e como os suprimentos básicos como água, alimento e combustível foram cortados por Israel, forçando o deslocamento. As evidências apresentadas pelo representante sul-africano sustentaram que a intenção de cometer genocídio por parte de Israel era clara.

Recusando as acusações, o Ministério das Relações Exteriores de Israel classificou a denúncia da África do Sul como infundada e moralmente repugnante. Os Estados Unidos, aliados de Israel, defenderam que a acusação não tinha mérito jurídico, sendo, portanto, contraproducente.

Atento à crise, o presidente brasileiro Lula se reuniu com o embaixador da Palestina em Brasília, Ibrahim Alzeben, para discutir a situação dos palestinos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. Lula ressaltou que o uso desproporcional de força por Israel contra civis era injustificado, independentemente dos ataques terroristas do Hamas ocorridos em outubro de 2023.

Lula ainda ressaltou o colapso dos sistemas de saúde, abastecimento de água, energia e alimentos, provocado pela transferência forçada de mais de 80% da população, como uma forma de punição coletiva. O número de vítimas fatais já passa de 23 mil, das quais 70% são mulheres e crianças. Além disso, 7 mil pessoas estão desaparecidas.

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