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‘Me ameaçaram de morte’, declara a diretora da Mynd após ataques dos apoiadores de Bolsonaro no caso Choquei

A trágica morte de uma jovem por suicídio se tornou uma oportunidade para os bolsonaristas atacarem páginas supostamente alinhadas ao governo petista, resultando em ameaças de morte à Fátima Pissarra, CEO da Mynd, e aos seus filhos.

Uma campanha massiva nas redes sociais, promovida por políticos, comunicadores e veículos de notícia apoiares de Bolsonaro, tem como alvo a agência Mynd. A CEO da Mynd, Fátima Pissarra, revelou que após ter sua identidade divulgada online, tem sido vítima de ameaças de morte direcionadas a ela e aos seus filhos. A Mynd é uma empresa de marketing digital que agencia uma rede de páginas de fofocas, incluindo o perfil 'Choquei'. Esta última foi investigada pela Polícia Civil de Minas Gerais por suspeita de indução ao suicídio da jovem Jéssica Canedo. Essa tragédia foi aproveitada pelos seguidores de Bolsonaro para atacar páginas que teriam inclinações políticas alinhadas ao governo de Lula. Desse modo, esses seguidores alegam que existe um relacionamento próximo entre a Mynd e o governo brasileiro.

No entanto, a ligação feita pelos seguidores de Bolsonaro é embasada apenas em uma reunião realizada no Palácio do Planalto, em fevereiro do ano passado, na qual o presidente Lula agradeceu aos influenciadores digitais pelo serviço voluntário nas redes sociais. Na ocasião, algumas pessoas estava presentes, incluindo o diretor artístico da Mynd, Julio Beltrão, e outros influenciadores da 'Banca Digital'.

Essa campanha online contra a Mynd envolve publicações de uma variedade de figuras, desde anônimos até o ex-presidente Jair Bolsonaro, e também políticos e veículos de notícias ligados ao bolsonarismo. Essa movimentação coordenada chamou a atenção de pesquisadores que monitoram as redes do grupo de direita. Fátima Pissarra falou sobre o que tem enfrentado: 'Recebi inúmeros xingamentos, ameaças de morte e pessoas falando mentiras e pedindo meu linchamento. Assim como meus filhos, familiares e alguns executivos da empresa que também receberam ameaças de morte e xingamentos'. A CEO da Mynd pretende iniciar ações civis e criminais contra aqueles que espalharam mentiras sobre ela.

Esses ataques coordenados resultaram na elevação do termo 'Mynd' para um dos mais pesquisados no Google no Brasil no início deste ano. O tema também passou a ser um dos mais comentados no X (antigo Twitter) e vem gerando um grande engajamento em outras plataformas. Contudo, o site da Mynd, que agencia celebridades como Luísa Sonza, Pabllo Vittar e Luccas Neto, atualmente está inacessível.

O objectivo desses ataques é difamar a Mynd por meio de acusações infundadas. O deputado Gustavo Gayer (GO) do Partido Liberal tenta criar a 'CPI da Máfia Digital', enquanto Eduardo Bolsonaro (SP) pretende convocar a Secretaria de Comunicação do governo Lula para esclarecer uma suposta ligação com a rede de perfis. No entanto, nem todos concordam com essa iniciativa, Silvio Grimaldo, diretor-executivo do site Brasil Sem Medo, acredita que a comissão pode se voltar contra os seguidores de Bolsonaro.

Enfrentado uma onda de cancelamento, a CEO da Mynd, Fátima Pissarra, decidiu excluir suas contas nas redes sociais após ser alvo de ataques incessantes.

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