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Mercado ilegal frustra compromisso de Lula de eliminiação do uso de mercúrio no garimpo

O fim da utilização do mercúrio nos garimpos nacionais, prometido no mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, permanece uma realidade distante. Na contramão dessa promessa, o mercado clandestino do elemente parece estar mais sólido do que nunca.

No último ano, 700 quilos de mercúrio foram apreendidos pelo Ibama na região amazônica e ainda ocorreram operações da Polícia Federal visando coibir o contrabando desta substância. Lula prometeu erradicá-la na extração de ouro durante sua campanha e essa promessa ainda aguarda concretização.

A utilização do mercúrio nos garimpos ocorre para separar o ouro do restante dos sedimentos formando uma liga metálica. Quando essa liga é queimada, libera o mercúrio na atmosfera que, por sua vez, retorna ao meio ambiente pela chuva. Este processo representa não só um risco à saúde dos garimpeiros, mas também uma fonte de poluição para os rios, impactano negativamente a fauna da região, em especial os peixes que são fonte de alimentação para a população local.

Apesar do Brasil não produzir mercúrio, este metal pode ser facilmente adquirido em lojas de produtos agrícolas em cidades como Boa Vista e Itaituba (Pará). Nestas localidades, onde a exploração de ouro é significativa para a economia, o mercúrio é popularmente conhecido como azougue. Internet também tem sido uma plataforma para venda clandestina deste elemento.

O Brasil é signatário da Convenção de Minamata desde 2013, acordo que estabelece o compromisso de 128 países em eliminar ou reduzir o uso de mercúrio. Minamata, no Japão, sofreu um grave envenamento da população devido ao descarte inadequado de mercúrio industrial na baía local nas décadas de 1950 e 1960.

Operação Hermes, conduzida pela Polícia Federal e o Ibama, desarticulou recentemente um esquema de contrabando de mercúrio para garimpos, envolvendo rotas ilegais, aeroportos e mineradoras, inclusive uma que tem como sócio Luis Antonio Taveira, filho do governador do Mato Grosso, Mauro Mendes.

Segundo a operação, as mercadorias vinham da China e do México, ambos possuidores de grandes minas de cinábrio, minério do qual o mercúrio é extraído. O esquema ilegal contava com transporte aéreo através do Aeroporto de Viracopos e também com rotas por estradas na fronteira com a Bolívia e o Mato Grosso.

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