Em seu primeiro mandato, o governador Tarcísio de Freitas (Republicano) desmantelou as políticas de segurança pública anteriores e liderou um massacre em Guarujá, litoral de São Paulo. Durante o incidente, as câmeras corporais dos policiais foram desativadas no momento das execuções, o que atraiu muita atenção. Além disso, Tarcísio interrompeu os investimentos para a instalação dessas câmeras e fez declarações sobre o tema que são contrárias às opiniões dos principais especialistas, criando um ambiente de negacionismo.
Na terça-feira (9), o deputado Emidio de Souza (PT) apresentou uma representação ao procurador-Geral de Justiça de São Paulo, Mario Sarrubbo, questionando o posicionamento do Ministério Público estadual sobre as declarações de Tarcísio e seus cortes de investimento no programa de câmeras corporais para as fardas dos policiais militares.
Uma das declarações questionadas foi dada durante uma entrevista ao Bom Dia SP da TV Globo, quando Tarcísio afirmou que não financiaria as câmeras nas fardas dos PMs, pois segundo ele o equipamento não garante a segurança efetiva da população. Essa declaração contradiz estudos de segurança e dados do próprio governo de São Paulo.
Emidio argumenta em sua representação que a decisão do governador parece dar uma 'permissão implícita ao comportamento agressivo'.
Ele justifica que o uso de câmeras corporais pela Polícia Militar de São Paulo tem mostrado uma eficácia notável na redução da letalidade policial, pois os batalhões que adotaram esse sistema observaram uma diminuição significativa de 87% nos confrontos, de acordo com levantamento feito pela própria corporação.
O deputado Emilio afirmou que é crucial questionar se a decisão do governador está em conformidade com a garantia dos direitos civis e a segurança dos cidadãos, levando em conta o impacto positivo que as câmeras corporais têm mostrado na atuação policial.
Em uma entrevista à Fórum de 15 de setembro de 2023, Gabriel Sampaio, diretor de Litigância e Incidência da Conectas Direitos Humanos, uma das ONGs mais respeitadas do país que publica estudos sobre o assunto, falou sobre o tema.
'O governo do estado de São Paulo tem desmantelado políticas de segurança pública... Nós temos, por meio das declarações do desenvolvimento da Operação Escudo, indicativos suficientes do descompromisso com a construção de políticas de segurança pública que respeitem especialmente as populações mais pobres e vulneráveis...As câmeras corporais constituem importante ferramenta para o controle externo da atividade policial...', disse Sampaio.
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