De acordo com uma investigação em andamento pela Polícia Federal, há indícios que sugerem que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) pode ter sido utilizada para beneficiar Flávio Bolsonaro e Jair Renan, filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022), munindo-os com informações para a defesa contra investigações judiciais.
Reportagens reveladas pela jornalista Daniela Lima, no G1, sugerem que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) pode ter recebido assistência da Abin em sua defesa durante o escândalo das 'rachadinhas' em seu gabinete durante seu período como deputado estadual no Rio de Janeiro.
Ainda segundo relatos, Jair Renan, o mais novo dos filhos de Bolsonaro, também pode ter sido beneficiado pela Abin, que teria monitorado indivíduos próximos a Renan, inclusive espionando as comunicações de um de seus amigos.
A investigação aponta ainda que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e governadores foram alvos de espionagem ilegal pela Abin sob a direção de Alexandre Ramagem, atualmente deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro. Dentre as vítimas dessa espionagem, estavam os ministros do STF, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, além do ex-governador do Ceará, Camilo Santana. Detalhes sobre outros governadores espionados ainda não foram revelados.
O ex-deputado federal e ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia, também foi alvo dessa espionagem ilegal.
A Operação Vigilância da PF tem como um dos principais suspeitos o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). Foram realizadas buscas e apreensões no gabinete, no apartamento funcional em Brasília e na residência do deputado no Rio.
A Operação Vigilância é uma continuação da Operação Última Milha, deflagrada em 20/10/2023. As provas obtidas anteriormente sugerem que uma estrutura paralela pode ter sido estabelecida na Abin, permitindo ações ilícitas, incluindo a produção de informações com fins políticos e midiáticos.
Os investigados podem ser acusados pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, informáticas ou telemáticas sem autorização judicial.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto afirma que há uma perseguição ao seu partido, em razão do abrigo dado ao ex-presidente Bolsonaro. Ele também criticou as operações da PF nos gabinetes dos parlamentares investigados.
Costa Neto insinuou ainda que a candidatura à prefeitura do Rio de Ramagem está mantida e deverá ser fortalecida em decorrência dos eventos recentes.
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